O mercado de carbono regulado surgiu em 1997, em consequência da promulgação do Protocolo de Quioto e as urgências em relação às mudanças climáticas globais, com o escopo de atender os três mecanismos de flexibilização, denominados Comércio de Emissões, Implementação Conjunta e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, criando obrigações legais para empresas dentro de seus territórios, incluindo o limite de emissões e a possibilidade de negociação de créditos de carbono através de seus mecanismos para compensar as emissões além da meta, no período de 2008 a 2012.
Esse mercado regulado subsiste até hoje, no âmbito do Acordo de Paris, promulgado em 2015. Paralelamente ao mercado regulado de carbono, surgiu a partir de 2008 o mercado voluntário de carbono. Nele, qualquer empresa, pessoas físicas, ONG (organizações não governamentais) ou governos podem gerar ou comprar créditos de carbono no mercado voluntário. Esses créditos também são auditados por uma entidade independente, mas não estão sujeitos a registros da ONU (Organização das Nações Unidas), e por isso não valem como meta de redução para os países que fazem parte do acordo internacional.
Qualquer empresa, pessoas físicas, ONG ou governos podem gerar ou comprar créditos de carbono no mercado voluntário
As negociações são guiadas pelas regras comuns de mercado, podendo ser negociadas em bolsas, por meio de intermediários ou diretamente entre as partes interessadas. Todavia, enquanto o mercado de carbono regulado no âmbito do Acordo de Paris, pelos governos nacionais e/ou subnacionais ainda precisa amadurecer, o mercado voluntário de carbono, que toma a iniciativa de compensar suas emissões voluntariamente, vive a melhor fase há pelo menos uma década, atingindo em 2018 cerca de 62,7 milhões de tCO2e (toneladas de dióxido de carbono equivalente).
O recorde anterior ocorreu em 2012, quando 48,9 milhões de tCO2e foram emitidas em forma de créditos de carbono no mercado voluntário. De acordo com o levantamento da Voluntary Carbon Markets, da consultoria americana Forest Trends, essas atividades resultaram em mais de 430 milhões de toneladas de reduções de emissões desde 2005, o que equivale mais do que todas as emissões relacionadas à energia da Austrália em 2016.