Nesta semana, iniciamos fevereiro, o mês marcado por uma das festas que certamente mais caracterizam o brasileiro: o carnaval. Há quem diga que, no Brasil, o ano só começa após os quatro dias de folia. Até lá, as expectativas são altas, seja para cair na dança, fazer uma viagem especial ou simplesmente aproveitar o descanso prolongado com a família e amigos. Pela primeira vez, no entanto, a população deve viver um carnaval bem diferente do qual estava habituada: longe dos festejos e das aglomerações.
No ano passado, embora a pandemia do novo coronavírus já fosse uma realidade no mundo, cidades brasileiras chegaram a comemorar o carnaval, considerando que a doença ainda não havia se espalhado pelo Brasil. Em 2021, contudo, a situação da saúde pública exige que as pessoas sejam cuidadosas em relação a isso, tendo em vista que atravessamos uma segunda onda da Covid-19 e ainda não há uma política de vacinação em massa.
O nosso comportamento nas próximas semanas ditará como será o Brasil após o carnaval. Ainda que esta seja uma data tradicional no país e, para muitos, fique difícil imaginar um ano sem folia, o cancelamento dos festejos é crucial para frear o avanço do novo coronavírus e impedir que os casos se multipliquem. É válido lembrar que a doença tem encontrado um sistema público de saúde cada vez mais fragilizado e despreparado. Não há equipamentos e insumos para atender todas as pessoas que necessitam de hospitalização, o que aumenta as chances de indivíduos morrerem sem um atendimento digno e adequado.
Chegou a hora de nos sensibilizarmos em relação à situação dos hospitais e dos profissionais de saúde, que estão sobrecarregados e, muitas vezes, encontram-se de mãos atadas diante da escassez de recursos. Não é momento de ser egoísta e acreditar que uma “festinha com os amigos” não vai fazer mal para ninguém... Porque vai!
Cabe ao poder público intensificar, nas próximas semanas, as ações de fiscalização para impedir que festas de carnaval clandestinas ocorram e coloquem em risco o bem-estar da coletividade. E, claro, mais do que isso, cabe à população se conscientizar sobre a necessidade de pensar na saúde de todos que a cercam. Enquanto houver educação, responsabilidade e prudência, este não será o último carnaval. É preciso que cada um cuide de si e daqueles que ama para que muitos outros carnavais no futuro sejam celebrados!