Microempresária  auxilia mulheres a empreender  

Formada em Direito, Ingrid mudou de profissão por não conseguir emprego na área 

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 16/03/2021
Horário 04:22
Foto: Arquivo pessoal
Ingrid mudou os planos por não conseguir trabalho
Ingrid mudou os planos por não conseguir trabalho

“Empreender nunca vai ser fácil, mas independentemente do tempo que demore para que o sucesso e o retorno financeiro venham, não vale a pena desistir”. A afirmação é da microempresária Ingrid Maciel, de 28 anos. Proprietária da marca Two Accessories, a moradora de Teodoro Sampaio é exemplo de que, muitas vezes, o empreendedorismo surge por necessidade.
Formada em Direito, há três anos resolveu dar uma reviravolta nos planos e decidiu criar uma marca voltada a acessórios femininos. “Sempre tive uma ligação muito grande com a moda, design de produtos. Apesar da graduação, minha identidade sempre foi essa. Então, quando deu esse estalo na mente por não estar encontrando trabalho, pensei: ‘agora vou realmente trabalhar com o que eu gosto’”, explica.
Depois de juntar um dinheiro para o investimento, iniciou a produção, toda feita manualmente. Hoje, trabalha com confecções de tiaras, chuchinhas para cabelos, turbantes, colares – peças que chamam a atenção pelas cores e detalhes. Ingrid lembra que as tiaras, por exemplo, já faziam sucesso devido a uma personagem de Juliana Paes em uma novela, o que rendeu boas vendas e a certeza de que estava no caminho certo.
Desde o começo, Ingrid teve o apoio da família, que é constituída por mulheres costureiras, incentivo esse que ela faz questão de levar adiante. Atualmente, conta com cinco funcionárias, mas já chegou a ter 12. De acordo com a microempresária, todas trabalham na produção, desde a criação e desenvolvimento até a revenda. 

Necessidade de empreender

Certa vez, ao conversar com suas meninas, detectou que todas trabalham porque são mães solo ou porque os maridos as abandonaram. “O empreendedorismo feminino nem sempre pode ser romantizado, porque muitas vezes, a mulher não empreende por amor, mas pela necessidade de ter que se virar sozinha com os filhos”, salienta. Para ela, o amor pelo negócio vem com o tempo, trata-se de algo que começa como um bico e depois se torna um empreendimento e não uma válvula de escape. 
Ainda na conversa com as funcionárias, descobriu que muitas já sofreram algum tipo de abuso, o que tem sido comum nas histórias de muitas mulheres. “Eu me considero uma acolhedora de mulher, porque no que eu puder ajudar, seja com trabalho, palavras de conforto em qualquer sentido, estarei do lado delas. Encaro isso tudo como um sentido de força”, considera Ingrid. E para aquelas que sentem a necessidade de empreender, ela deixa a dica. “Estamos vivendo um tempo de pandemia que pode ser encarado como um tempo muito difícil de ganhar dinheiro, poder investir. Mas a gente tem que saber lidar com isso, e também tirar um fruto, porque os tempos difíceis sempre estarão ali”. 

Foto: Arquivo pessoal

mei de teodoro sampaio
Equipe trabalha na confecção de acessórios femininos

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