Morador de PP cultiva mais de 1,5 mil mudas

O fiscal conta que o cultivo é voltado à venda e à doação. “Ofereço a doação de mudas aos diretores das escolas prudentinas para que possam plantar no local.

PRUDENTE - Ynaiê Botelho

Data 18/10/2013
Horário 15:07
 

"Até hoje, eu mais investi do que ganhei com isso. Faço porque gosto da natureza mesmo". É assim que o fiscal do Meio Ambiente, morador de Presidente Prudente, Antônio Alves Correia, 57 anos, explica o motivo pelo qual deu início ao cultivo das mudas da espécie pau-brasil. Segundo ele, a paixão pela planta começou há 8 anos, quando recebeu de um amigo, sementes vindas da Amazônia. "Me encantei pela história do vegetal e, desde então, passei a me interessar e cultivar", relata.

Correia, que tem em frente à sua casa, cinco árvores da casta, afirma que, somente em sua casa, possui 500 mudas da planta. "Tenho um viveiro próximo ao bairro Montalvão e, lá, possuo cerca de outros mil pés da árvore", valoriza.

O fiscal conta que o cultivo é voltado à venda e à doação. "Ofereço a doação de mudas aos diretores das escolas prudentinas para que possam plantar no local. Até hoje, mais de 20 escolas da cidade têm a espécie plantada nos pátios", destaca. Para a venda, o valor dos pés fica entre R$ 2 e R$ 10.

Conforme Correia, a vida deve ser levada com harmonia, mas não se deve deixar de pensar no futuro. "Escolhi cultivar o pau-brasil para garantir a espécie para as próximas gerações, afinal, nossa existência é possível devido à natureza, que nos permite continuar vivos por meio de suas propriedades. Eu faço a minha parte e me considero sim um protetor do meio ambiente", salienta.

 

A espécie


O pau-brasil, responsável por, gentilmente, ceder seu nome a esse País tropical, leva o nome científico CaesalpiniaechinataLam, que, de acordo com a bióloga Mariane Marangoni Hengling, vem do latim, e significa planta com muitos espinhos. Segundo Hengling, a ocorrência das plantas é oriunda de floresta pluvial, desde o Rio Grande do Norte até São Paulo, com predominância no sul da Bahia. "Sua floração, de colocação amarela com uma mancha vermelha característica, se dá a partir do final de setembro, mas pode ser prolongada até meados de outubro", explica.

Conforme a profissional, a espécie possui uma madeira pesada, de coloração alaranjado-avermelhada, geralmente utilizada na produção de instrumentos musicais, como violinos, harpas e violas. "A exploração do pau-brasil teve início no século XVI, com o descobrimento do Brasil , tornando a madeira um produto estimado na Europa para fabricação de móveis e tinturas à base do extrato liberado pela árvore", conta.

De acordo com Hengling, a exploração foi tanta, que a espécie entrou para a lista das plantas extintas. "Na década de 30, foram descobertas algumas mudas em Pernambuco, no entanto, mesmo com programas de reflorestamento e preservação, a espécie ainda está presente na lista de vegetais em extinção", alerta.

 
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