Não há isolamento social para a dengue

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 19/04/2020
Horário 04:33

Nesta semana, um leitor de O Imparcial comentou em nossa página do Facebook como poderia ainda haver casos de dengue em Presidente Prudente em pleno 2020. A pergunta é pertinente, uma vez que deveria haver esforços contínuos para que o combate ao Aedes aegypti fosse derradeiro e o número de casos, nulos. No entanto, esta não é a realidade no município. Os números continuam crescendo e impressionando. De acordo com balanço divulgado pela Prefeitura na sexta-feira, já são 2.079 confirmações da doença e este montante pode saltar consideravelmente, tendo em vista que ainda há 2.370 exames aguardando resultados.

Ainda neste ano, já foram registradas três mortes em decorrência da dengue. Tratam-se de uma mulher de 89 anos, moradora da Vila Formosa; um homem de 60 anos, que residia no Ana Jacinta; e um homem de 87 anos, morador da Vila Glória. O que se observa é que, assim como ocorre com a pandemia do novo coronavírus, pessoas da terceira idade estão enquadradas entre os grupos de risco da dengue. No entanto, diferente da Covid-19, não há isolamento social que possa minimizar a incidência da enfermidade causada pelo Aedes aegypti, considerando que o mosquito pode estar crescendo e se multiplicando dentro de casa.

A medida mais eficaz continua sendo, portanto, a limpeza dos quintais. Conforme orienta a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), é fundamental que as pessoas que estão em casa aproveitem este período de distanciamento social para “dar aquela geral” em suas residências e eliminar todos os recipientes que possam servir como criadouros do mosquito.

Se cada um fizer a sua parte, certamente estará contribuindo para frear o avanço da doença na cidade e, com isso, proteger a população mais vulnerável das complicações causadas pela dengue. Este olhar deve ser voltado ao próprio quintal, mas também pode se estender à comunidade, a partir de medidas simples, como denunciar lotes vazios que estejam em situação irregular de limpeza e fazer a disposição adequada do lixo, evitando descartá-lo em terrenos baldios, fundos de vale e áreas verdes. Afinal, “transportar” o problema para outro lugar pode tirá-lo das nossas vistas, mas não o anula.

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