Não há outra maneira de abastecer os bancos de sangue se não pelos doadores

EDITORIAL -

Data 16/06/2021
Horário 04:15

Como se não bastasse o frio, que sempre faz os estoques dos bancos de sangue pelo país despencarem, temos, ainda, a pandemia da Covid-19, que tem contribuído e muito para a queda no número de doações.
No Núcleo de Hemoterapia do HR (Hospital Regional Dr. Domingos Leonardo Cerávolo) de Presidente Prudente, desde março de 2020, quando a doença de fato se alastrou pelo mundo e foi confirmada a primeira morte no Brasil, houve queda de 30% a 40% nas doações de sangue na unidade. Enquanto em janeiro e fevereiro do ano passado havia uma média de 1,1 mil bolsas coletadas por mês, hoje estão com cerca de 900. 
O cenário não é diferente no Hemocentro anexo à Santa Casa. Com demanda de 1,5 mil bolsas mensais, no mês de março - conforme os últimos dados repassados -, a unidade só conseguiu 830. 
Para tentar reverter este quadro e ressaltar a importância do gesto, a Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Prudente lançou na segunda-feira, Dia Mundial do Doador de Sangue, uma programação alusiva à data. São diversas ações de conscientização, visando chamar a atenção da sociedade sobre o tema.
Palestras vêm sendo realizadas. A água da fonte da Praça Nove de Julho, por exemplo, recebeu um corante na cor vermelha. Não tem como não olhar e também não se impressionar. Banners da campanha, com iluminação de LED na mesma cor, foram instalados na região central da cidade e em quatro unidades de saúde. Lâmpadas no Calçadão também foram trocadas. Tudo na cor que remete ao sangue.
A doação é simples e pode ser feita por qualquer que tenha entre 16 e 69 anos, pese mais que 50 kg (quilos) e esteja em boas condições de saúde. 
Hoje, além de toda desinformação com relação à doação - muitos acham que pode ter a saúde prejudicada ou o risco de adquirir alguma doença no ato -, ainda temos o medo e receio de se infectar com o novo coronavírus. Mas a atividade, como ressalta o Ministério da Saúde, é extremamente segura, tanto para quem doa como para quem trabalha: todos os profissionais são devidamente paramentados e o agendamento é feito de forma online para evitar aglomerações. Os protocolos de segurança, como a disponibilização de álcool gel em suas dependências, o distanciamento social e o uso obrigatório de máscaras, também são seguidos em todas as unidades.
O sangue salva vidas e a única forma de consegui-lo é por meio dos doadores.  Ao contrário do que muitos pensam, quem vacinou e até quem já teve Covid-19 pode doar sangue. Basta esperar alguns dias, que variam de acordo com a vacina aplicada ou ainda com a recuperação do paciente.
Que sejamos mais solidários, que a gente pense mais no próximo. Não importa qual o seu tipo sanguíneo. Se campanhas estão ocorrendo ou não. Se existe ou não um amigo ou familiar precisando. Há sempre alguém esperando... e dependendo dele para sobreviver!
 

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