Nascidos para amar e cuidar da vida

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 30/08/2020
Horário 06:00

Nos anos da guerra do Vietnã foi exibido um filme que retratava o drama dos soldados, intitulado “Born tokill”: nascido para matar. A visão cristã e das religiões que prezam a humanidade é outra, somos nascidos para a comunhão, isto é, para amar e servir, cuidando da própria vida e protegendo a vida de todas as pessoas e criaturas.
Um impactante “bestseller” americano, que foi traduzido para 17 idiomas, do Ph.D de pedagogia da Universityof Southern, Califórnia, professor Leo Buscaglia, confirma essas assertivas. Ministrou, durante anos, o curso chamado Amor, testemunhando, como já afirmara Benjamim Disraeli, que: “Todos nós nascemos para amar. Este é o princípio da existência e a sua única finalidade”. Por isso, descobrimos a vida como uma preciosa dádiva de Deus e, correspondendo a este presente inestimável, somos convidados a nos tornar um dom para os outros. Amar e cuidar da vida dos outros é o grandioso sentido da evolução da espécie humana.
A neurociência, em nossos dias, assinala que os bebês, já na maternidade, apresentam sinais de empatia e interesse pelos outros. É esta vivência que observamos nas primeiras famílias cristãs, acolhendo incondicionalmente a vida dos filhos e dos filhos abandonados por outros. Mais que uma doutrina fria e impessoal, como alguns quero pensar, bem-intencionados, avaliam de forma geral o posicionamento dos cristãos a respeito do aborto, trata-se de um amor generoso por acolher a vida dos pequeninos em qualquer circunstância.
Comportamento que não reage com julgamentos, mas que, na cordialidade não violenta, serve de amparo e socorro a todos/as os que sofrem ameaça de vida. Não é casual que o asilo político de proteção aos perseguidos nasceu nas Igrejas. A própria roda dos expósitos das santas casas era uma forma de salvar as crianças indesejadas, que seriam ou vendidas ou deixadas para morrer.
A origem da palavra cretino, que refere à existência na criança de uma diferença ou situação especial, hoje equiparada com a síndrome de Down, em língua provençal, na França, significava “crettienne”, ou seja, pequeno Cristo, e, como tal, não só era acolhido com alegria e amor, mas considerado a presença do Deus amor na família. Arturo Paoli, um famoso autor de espiritualidade cristã, sempre dizia que os direitos humanos são cristalizações ou registros da memória que a caridade humana e cristã deixou na defesa da vida e dignidade da pessoa humana ao longo da história.
Oferecer à menina capixaba, que sofreu estupro e foi levada ao aborto, um cuidado integral, que possa curá-la e promovê-la por inteiro, pela parte da CNBB, está inserido nesta tradição de defesa, cuidado, amor e reverência pela vida, em todas as idades, situações e circunstâncias. A vida é o primeiro direito do cidadão, um direito inviolável, imprescritível e inalienável. Deus seja louvado! (CNBB - Dom Roberto Francisco Ferreria Paz)

Liturgia
22º Domingo Comum
Leituras: Jeremias 20,7-9; Salmo 62/63; Romanos 12,1-2; Mateus 16,21-27
I.- Antífona da entrada: Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam (Sl 85,3.5).
II.- Seguir o Senhor é arriscado. Será preciso procurar sofrimento e morte? De jeito nenhum! O próprio Jesus recorreu ao Pai para afastar de si o sofrimento. Embora, Ele aceitara a morte e a cruz por amor ao Pai e aos homens, a quem queria salvar. Mesmo fazendo esse trabalho e anunciado a sua mensagem, os líderes religiosos se voltaram contra Ele e tramaram a sua morte; queriam se ver livres do desconforto provocado. De todo modo, Jesus permaneceu fiel a sua missão... até à morte. Ele nos pede agora permanecermos fiéis mesmo à custa de sofrimentos e morte.
III.- Leituras:1) Há um fogo ardendo em meu coração. O profeta Jeremias se queixa a Deus porque sua missão lhe traz problemas, mas continua confiando no Senhor e realizando a sua tarefa. 2) Oferecer a Vida como Sacrifício. Paulo sublinha uma verdade básica: o verdadeiro culto consiste em buscar a vontade de Deus e oferecer a nossa vida como sacrifício. Só assim pode ser genuína a nossa celebração eucarística. 3) Tomar a cruz e segui-Lo. Jesus anunciou a sua paixão e ressurreição, depois pediu aos seus discípulos que lhe seguissem pelo caminho da cruz para a vida. Por causa da difícil compreensão da atitude de Jesus, Pedro protesta; mas esse é o caminho de Deus.
IV.- Oração: Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
V.- Para o caminho: Cruz e tribulações não são assuntos ‘agradáveis’ de ouvir no ensinamento de Jesus. Entretanto, a Eucaristia celebrada é a sua doação por amor. Que durante esta semana aprendamos do seu exemplo a também oferecermos as nossas cruzes em favor dos irmãos, especialmente dos mais sofridos.
 

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