Um dos momentos importantes do dia é a hora do sono, já que é o momento de descansar o corpo e a mente e reabastecer as energias para o dia seguinte. No entanto, nem sempre as pessoas dão o real valor ou então estão tão atribuladas com os compromissos do cotidiano, e deixam de dormir para cumprir as suas atividades. O neurocirurgião Antônio Ferrari, 74 anos, explica que as pessoas precisam dormir de 6h a 10h todos os dias, sendo que o sono passa por quatro estágios. A ausência pode acarretar sonolência durante o dia, falta de atenção, irritação e brigas.
Muita gente costuma dormir pouco durante a semana e aproveita o fim de semana para “recuperar” o sono perdido. Mas, segundo o especialista, essa recuperação não existe. Além disso, ter uma hora para acordar é essencial. “É eficaz que a pessoa tenha uma hora para dormir e outra para acordar, porque fica mais fácil de conciliar o sono”, explica.
Todo organismo funciona como um relógio bioquímico interno, que assegura periocidade de grandes processos no corpo. Com o sono não é diferente. De acordo com Ferrari, existe uma passagem no cérebro conhecida como ritmo circadiano, que funciona 24h em nosso organismo, que é comandada por uma substância conhecida como melatonina, responsável por estabelecer o horário em que o indivíduo dorme ou acorda. “Quando vai escurecendo, o cérebro produz a substância e a pessoa vai ficando com sono. Quando vai clareando, essa substância vai desaparecendo e a pessoa acorda”, explica o neurocirurgião.
O médico fala que todo organismo é diferente um do outro e que o sono corresponde a cada pessoa. “Alguns precisam de seis, outas oito e algumas chegam a precisar dormir 10 horas”, declara o médico. O sono é composto por quatro estágios, sendo eles: 1, 2, 3 e o REM. Do 1 ao 3 é o estágio de sonolência e sono profundo, já o REM é o sono do relaxamento composto por sonhos. Caso alguma fase não esteja funcionando de forma adequada, surgem os famosos distúrbios.
Um dos piores deles é a apneia do sono, caracterizada por ruídos e interrupções na respiração que se repetem várias vezes. O neurocirurgião explica que quando isso ocorre mais de 20 vezes, a pessoa precisa usar um aparelho específico. O distúrbio do sono pode ser identificado com um exame de polissonografia, que identifica o tratamento adequado.
Já quem troca o dia pela noite precisa de uma adaptação do cérebro quanto à melatonina, e isso pode causar uma demora. “Nesse tempo, a pessoa não consegue dormir direito quando está claro”, expõe o médico.
Durante o sono, a memória curta se transforma em memória prolongada, que são resquícios de lembranças que ocorrem durante o dia. Se a pessoa não dormir, a informação não passa pela memória prolongada. Segundo o neuro, a ausência de sono pode causar sonolência durante o dia, falta de atenção, irritação e brigas.
O recreacionista Santiago Lopes Passos, 37 anos, fala que a dificuldade para dormir teve início na infância. “Sempre dormi muito tarde e acordei muito cedo”, expõe ele, que já fez o uso de medicação para ter um sono mais prolongado. Acrescenta que o estresse é o dispositivo que faz com que ele não consiga dormir, contribuindo a insônia. Já o educador social, Luiz Henrique Domingos Bezerra, 23 anos, sofre de ansiedade antes de dormir e conta que isso ocasionou a falta de sono durante três anos, tendo que buscar a ajuda de um profissional. “Fiz o uso de medicamentos e tive um avanço clínico. Não preciso mais”, comenta.
DICAS PARA UMA BOA NOITE DE SONO
- Desenvolver uma atividade atrativa;
- Ter uma boa alimentação;
- Praticar exercícios físicos;
- Evitar dormir durante o dia;
- Melhorar o ambiente do sono;
- Manter hábitos adequados, como horário regular de ir para cama e levantar.