O amor é mais forte

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 30/08/2020
Horário 04:58

O rio corre para o mar, sempre. Ninguém haveria de nos despistar das agruras e desventuras dos tempos que, ora, vivemos: uma pandemia que já ceifou a vida de 120 mil brasileiros e disputas ideológicas cuja guerra narrativa confunde e impede ação precisa para extirpar o mal são transmitidas em tempo real. Mas, tudo bem (?), a vida segue (?), apesar daqueles que tombam pelo caminho... Uma olhadela nas páginas de jornais e veremos uma sem-conta de informações desabonadoras do mundo religioso: do aborto da menina grávida violentada por familiares às interrogações sobre a obra do Divino Pai Eterno, a morte do pastor planejada pela sua esposa (pastora-cantora-deputada), a prisão do outro pastor-político no Rio de Janeiro e as polêmicas do apóstolo que há tempos não honra os compromissos financeiros de sua igreja... Os ‘inimigos’ ganham argumentos contra a religião; os fiéis sentem os impactos dos líderes feridos que caem...
A liturgia da semana comemorou alguns santos, homens e mulheres que se deixaram conduzir pelo Espírito divino nas suas escolhas diárias. Produzem paz interior, por exemplo, as páginas do evangelho escritas na vida e obra de Santa Teresa de Calcutá (27/8/1910–5/9/1997) cujo lema poderia ser “qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz”. Não sabendo muito bem como argumentar tal sentimento, seguem dois ‘testemunhos’ de 1978. Da telefonista espanhola: “remeto 2.000 pesetas pelo reembolso postal. Corresponde, mais ou menos, ao custo de meu jantar durante um mês. Renunciei ao jantar na pensão em que me hospedo. Penso que uma pessoa que, como eu, graças a Deus, goza de boa saúde, pode tranquilamente renunciar ao jantar em benefício dos que passam fome. Contribuirei todo mês.”
E de Leprince-Riguet, membro da Academia de Ciências da França, sobre “o que nos falta para sermos felizes”: “Existe uma alegria evidente naqueles que se projetam para frente. Isso lhes impõe um esforço e ajuda-os a aceitarem as contrariedades. Tal é o caso de Madre Teresa de Calcutá, na Índia, que sem palavras percorre os lugares cheios de leprosos. Experimentem suportar, mesmo que seja só por algumas horas, o que as Irmãs de sari branco-azul suportam durante toda a vida: pobreza extrema, calor, mau cheiro sufocante, vida totalmente em comum, repugnâncias de toda sorte e proximidade com os abutres. Procurem contentar-se com quatro colheradas de arroz por dia, principalmente se são pessoas de paladar refinado, e saberão que o amor é mais forte do que tudo. Elas são felizes. Penso que a gente é feliz quando vive consagrado a uma causa”.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!
 

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