A obra trata de um tema atual, que cada vez mais, faz parte dos debates, dos noticiários e principalmente, da “libertação” feminina. Um filme em que o foco central é o assédio sexual cometido por um poderoso executivo e todas as consequências da hierarquia que acabam por mascarar o abuso.
Baseado em uma história real e, protagonizado por um poderoso trio composto por Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie, que encanta e nos faz refletir sobre o peso da carga feminina para conquistar um lugar de destaque em sua área. A trama adapta o escândalo que abalou a Fox News em 2016, quando seu presidente foi denunciado por crimes sexuais, o que causa uma verdadeira implosão dentro do canal, que seguia a linha conservadora e apoiava o ex-presidente dos EUA.
A obra não economiza em cenas com a quebra da quarta parede e a ironia. Charlize fica quase irreconhecível com sua caracterização de Megyn Kelly, que nos mostra toda a estrutura do canal e dá a sua voz como autoridade no filme. E leva o espectador a ver o filme de maneira correta: não julgar ou culpabilizar as mulheres, todas elas foram vítimas.
Cada personagem tem seu nicho. Gretchen, interpretada por Kidman, convida a todas as mulheres para se juntarem à causa, enquanto Kayla, desenvolvida por Margot, leva empatia e compaixão. Os personagens coadjuvantes também carregam seu peso, mesmo que de forma silenciosa. Vemos pequenos protestos em todos os lugares em que uma mulher está sofrendo.
A crítica política a Trump é simplesmente genial, na visão desta colunista, uma vez que mostra todo o seu poder tóxico muito antes de sua eleição e como seus seguidores perseguiam a oposição. Mulheres que defenderam Roger são convidadas a repensar suas posições em relação ao machismo estrutural. “O Escândalo” mostra uma luta que não deve morrer e, sim, fortalecer.
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