Oeste paulista conta com maior corredor florestal do Brasil

PRUDENTE - Victor Rodrigues

Data 10/06/2016
Horário 11:37
 

O oeste paulista tem o maior corredor reflorestado do Brasil, segundo o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas). De acordo com a coordenadora geral de Pesquisa e Educação, Maria da Graça Souza, na regional do instituto, em Teodoro Sampaio, há mais de 24 anos na região, o IPÊ é responsável pelo plantio de mais de 2,3 milhões de árvores. "Temos duas unidades de conservação bastante importantes para a mata atlântica e a biodiversidade da região: o Parque Estadual Morro do Diabo, administrado pela Fundação Florestal, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, com 37 mil hectares, e a Esec MLP , administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, com 7 mil hectares", comenta.

Como noticiado ontem por O Imparcial, a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) aprovou uma emenda aglutinativa do PL (Projeto de Lei) 249/13, que autoriza a concessão de 25 parques estaduais à iniciativa privada – entre eles, o Morro do Diabo. A proposta segue para apreciação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que ontem, em visita à região, elogiou a iniciativa. 

As áreas de florestas plantadas para conectar as unidades de conservação ajudam a manter a transição das espécies da fauna na paisagem local, protegem recursos hídricos e aumentam os benefícios dos serviços ecossistêmicos na região.

O instituto atua com a conexão dos fragmentos florestais locais e restauração de uma paisagem extremamente fragmentada, que faz parte de 11% do que ainda resta de mata atlântica no Brasil. A reconexão é extremamente necessária, visto que as espécies ameaçadas de extinção, como o mico-leão-preto, podem estar cada vez mais isoladas na floresta, sem espaços para alimentação, abrigo e também sem possibilidades de reprodução. "Desenvolver isso, de forma a equilibrar interesses socioambientais com florestais e econômicos é hoje o maior desafio. Por essa razão, o IPÊ promove e aplica sistemas e metodologias de gestão de paisagens, equilibrando os ganhos socioeconômicos, com a manutenção dos serviços ecossistêmicos e conservação de espécies ameaçadas", relata.

 

Riquezas naturais

A região também possui uma série de riquezas naturais, como corredor ecológico, recursos hídricos e biodiversidade. Segundo a coordenadora, o Parque Estadual Morro do Diabo e Esec MLP abrigam uma grande biodiversidade. No caso dos recursos hídricos, há o Rio Paranapanema entre os Estados de São Paulo e Paraná; e o Rio Paraná, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul.

A biodiversidade é outra riqueza, inclusive com espécies raras como o mico-leão-preto (Leontopithecus crysopygus) que foi decretada como patrimônio ambiental do Estado de São Paulo.

 

Animais


O instituto também estuda os três animais da lista de extinção, como o mico-leão, a anta brasileira e a onça pintada. As pesquisas já serviram para criação de políticas públicas para salvar essas espécies. "Em Teodoro Sampaio, a educação ambiental faz parte do currículo escolar municipal. As atividades alcançam diversas pessoas desta e de cidades vizinhas, localizadas no entorno de áreas protegidas", relata Maria da Graça.

 

IPÊ


O IPÊ atua pela conservação da biodiversidade a partir de pesquisas científicas, educação ambiental, negócios sustentáveis e envolvimento de comunidades, além de influência em políticas públicas em benefício do meio ambiente. Atua em parceria com comunidades, organizações locais, universidades e instituições governamentais e empresariais, a fim de reunir apoiadores no desenvolvimento socioambiental sustentável de áreas prioritárias à conservação. O IPÊ desenvolveu, inclusive, um modelo de conservação aplicado de acordo com as necessidades e o perfil dos locais onde realiza ações, respeitando as tradições das populações e seus saberes.

 

ANIMAIS COMUNS DA REGIÃO

Mico-leão-preto (Leontopithecus crysopygus);

Anta (Tapirus terrestres);

Onça-pintada (Panthera onca);

Onça-parda (Puma concolor);

Tamanduá-mirim (Tamanduatetradactyla);

Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous);

Quati (Nasua nasua);

Irara (Eira barbara);

Lontra (Lutra longicaudis);

Garça-branca-grande (Casmerodius albus);

Asa-branca (Dendrocygna autumnalis);

Jacupemba (Penelope superciliaris);

Arara-vermelha-grande (Ara chloroptera).

Fonte: IPÊ

 

PLANTAS COMUNS NA REGIÃO

Peroba-rosa (Aspidosperma polyneurun);

Macaúba (Acrocomia aculeata);

Paineira (Chorisia speciosa);

Ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla);

Ipê-amarelo (Tabebuia ochracea);

Chuva-de-ouro (Cassia ferrugínea);

Copaíba (Copaífera langsdorffii);

Jatobá (Hymenaea courbaril);

Jaracatiá (Jacaratia spinosa);

Embaúba (Cecropia pachystacia);

Jequitibá-branco (Cariniana estrelensis);

Cedro-rosa (Cedrela fissilis).

Fonte: IPÊ

 
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