Paixão pela culinária vira fonte de renda

Mesmo em outras profissões, Cristiane e Conceição não abriram mão do sonho de se tornarem microempreendedoras

PRUDENTE - PÂMELA BUGATTI

Data 14/12/2018
Horário 08:58
Marcio Oliveira - Cristiane conta que o dom foi herdado da mãe, que era habilidosa na cozinha
Marcio Oliveira - Cristiane conta que o dom foi herdado da mãe, que era habilidosa na cozinha

Empreender é a vontade de muitas pessoas. Unir o talento ao negócio próprio, então, é o sonho da maioria delas. A reportagem ouviu a história de duas mulheres que conseguiram fazer do dom da culinária sua fonte de renda. Uma delas é a feirante prudentina Cristiane Regina Tosta Alves, 42 anos, que sempre trabalhou como empregada doméstica, sem nunca abrir mão de sonhar em ter seu empreendimento próprio. Ela conta que algumas dificuldades do dia a dia e a rotina do trabalho, que antes a “consumiam”, fizeram com que este sonho fosse adiado.

No entanto, há aproximadamente três anos, o desejo de Cristiane pode sair do papel e virar realidade. A empreendedora, que hoje tem especialidade em panificação, bolos, salgados e em cozinha de forno e fogão, fala que para chegar até aqui, passou por alguns entraves. A feirante conta que, sempre que podia, mesmo trabalhando como doméstica, produzia e entregava encomendas para incrementar o orçamento com uma renda extra. Foi quando ela teve depressão, e precisou parar de trabalhar.

A partir daí, Cristiane decidiu mudar de vida e empreender seu próprio negócio, trabalho encarado como uma terapia. Com um investimento inicial de R$ 900, ela conta que até hoje investiu cerca de R$ 12 mil, com freezer, geladeira, fogão e panelas. “Aqui em casa eu já não tenho mais sala. Tenho duas cozinhas, uma da casa e outra que se transformou no meu local de trabalho”. Ela, que ainda conta com o auxílio do marido para ajudar nas contas de casa, fala que hoje daria para tirar o sustento da família com o próprio negócio.

Cristiane pensa em expandir futuramente. “Fazer bolos é a realização do meu sonho”. A feirante se encontrou no ramo da culinária e fala que determinação, alegria e prazer descrevem o começo do seu sucesso no seu próprio empreendimento. O dom para toda essa conquista foi herdada da mãe, que antes cozinhava e preparava com muita dedicação bons pratos. Segundo ela, o segredo é se aperfeiçoar. “Através da paixão que eu tenho pela culinária, hoje tento me aprimorar com as técnicas que adquiri no dia a dia”, afirma.

Amor ao trabalho

Já a cozinheira Conceição Helena Fernandes dos Santos, 53 anos, que trabalha na casa de uma família há 20 anos, fala que começou a ter essa prática com os bolos aos 18 anos, a fim de agradar as crianças que moravam na residência, com recheios saborosos de chocolate. “A minha patroa que incentivou a seguir a profissão de boleira”.

Conceição fala que a intenção era fazer só para a família, mas ao longo do tempo, o trabalho foi se ampliando e as encomendas começaram a chegar. “Fiz muito bolo de casamento, durante anos”. Ela fala que na época existiam poucas boleiras e o preço era alto, o que prejudicava a ampliação de sua cartela de fregueses. Por conta desses empecilhos, a cozinheira buscou abrir as portas para outras opções na cozinha, de forma a que garantir sua renda extra.

As habilidades com a decoração foram sendo adquiridas nos cursos e aperfeiçoamentos que a rotina do dia a dia lhe proporcionou. “Com a experiência aprendi novos cortes de bolo e buscava informações em revistas”, lembra Conceição, que enfatiza a importância de inovar e se reinventar. “Sempre estava procurando recheios e buscando mais conhecimento”. Com o passar do tempo, ela foi inovando todo o seu trabalho como boleira. “Antes eu recortava os bolos, hoje já existe papel de arroz”, comenta.

Conceição deixa claro que, antigamente, ela foi uma empreendedora, mas hoje em dia busca apenas uma renda extra. “Sem compromisso de ter toda semana bolo para fazer e entregar”. Para ela, cozinhar é algo prazeroso que se tornou um dinheiro a mais no orçamento. “Eu gosto de estar na cozinha. Tudo que eu faço é com prazer”, expõe. Aos iniciantes, ela dá uma dica: “Trabalhar com amor é a alma do negócio”. “É só com carinho que fazemos algo saboroso para as famílias”, ensina.

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