Entra ano, sai ano. E é sempre a mesma coisa. As campanhas de vacinação – sejam elas contra a gripe, sarampo, ou qualquer outra doença - nunca atingem a meta nos primeiros prazos dados. Com a pandemia agora, então, piorou.
A ação nacional, que visa imunizar crianças de 1 a 5 anos incompletos contra a poliomielite e atualizar a caderneta de menores de 15 anos - com a disponibilização de 14 tipos de vacinas que protegem contra 20 doenças -, teve início no dia 5 de outubro e já precisou ser prorrogada duas vezes, devido à baixa adesão.
Em Presidente Prudente, segundo dados mais recentes divulgados ontem pela VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), foram vacinadas 7.616 crianças contra a pólio, o que corresponde a 72,6% de cerca dos 10,5 mil pequenos que integram a faixa-etária. Já na campanha de multivacinação, das 5.938 pessoas que foram levadas às unidades de saúde, 3.027 estavam com a caderneta desatualizada e precisaram tomar alguma dose.
Agora, para quem ainda não levou seu pequeno para se imunizar, o prazo se estendeu até o dia 30, em todo o Estado. Não dá pra aceitar que os pais ou o seu responsável não o faça. São diversos postos oferecendo as vacinas. Falta de informação não há. Desde que foi lançada, a ação é constantemente divulgada neste diário. As unidades, com a promoção do Dia D, chegaram a ficar abertas também no sábado, para atender justamente quem não pode ir durante a semana. Não há desculpa. O que falta é conscientização e responsabilidade.
Usar a pandemia da Covid-19 como argumento não cola. Como temer uma doença, para a qual ainda não existe um imunizante, e não se proteger de inúmeras outras que, graças aos avanços da medicina, podem ser evitadas com as vacinas? E o melhor: são gratuitas. Enfermidades que parecem simples, mas que podem comprometer toda a infância de meninos e meninas, com uma vida cheia de planos e sonhos pela frente.
Muitas famílias ficam com receito de ir aos postos de saúde, mas todas as equipes de saúde do país - assim como todos nós - estão bem orientadas quanto às medidas de segurança para evitar infecções. Já sabemos como se proteger.
A vacinação - o único mecanismo capaz de garantir que o vírus da pólio, que ainda circula pelo mundo, não volte a ingressar em território nacional - é bem simples e não dói nada. Procure o posto mais próximo de sua casa e vá. Não deixe de ir. Pra que esperar? As gotinhas são poucas. Mas podem salvar milhares de vida.