Papai Noel

Persio Isaac

CRÔNICA - Persio Isaac

Data 26/12/2021
Horário 06:00

Era uma vez um menino franzino chamado João. Era o terceiro de sete filhos do seu Manuel e Da. Jandira. Passava o ano inteiro sendo um menino educado, estudioso, não queria ser visto como um menino ruim no julgamento do Papai Noel. Tinha 10 anos de idade e se sentia um super herói, mesmo sem saber falar inglês. Sua inocência o levava a acreditar que o mundo era feito de algodão doce.
Quando chegava o mês de dezembro, mês de Natal, ele esperava ansiosamente pelo Papai Noel. Foi ensinado a ele que Papai Noel entrava pelas chaminés das casas, carregando um saco vermelho cheio de presentes vindo do Polo Norte, num carrinho puxado por renas. Ele acreditava e sonhava. Porém, a casa dele não tinha chaminé, então como o Papai Noel entraria? Mas sua imaginação encontrava sempre uma resposta que o deixava tranquilo: Não se preocupe. Papai Noel não deixa nenhuma criança sem presentes. 
Chega o tão sonhado dia 24 de dezembro e esse menino franzino, sonhador, senta mais uma vez no chão da sua casa à espera do Papai Noel. Esse ano eu vou abraçar esse misterioso bondoso homem de longas barbas brancas. Sempre foi seu grande desejo. As horas foram passando e o sono foi chegando e ele acaba sendo levado pela sua mãe que o coloca na sua cama adormecido. Na manhã seguinte, acorda ansioso, se levanta rapidamente e vê sete presentes em volta da pequena árvore de Natal da sua casa. Ele feliz da vida grita: Puxa, esse Papai Noel é mágico, não me esqueceu e nem ligou para a falta de chaminé. Ficou radiante com seu presente. 
Seu pai e sua mãe sorriram. Os anos foram passando e Joãozinho sofre a primeira grande desilusão: descobriu que o Papai Noel era seu pai. Seu tempo de inocência estava chegando ao fim. Sentiu medo, a realidade mostrou sua face e o deixou assustado. O mundo foi rodando como um pião e o Joãozinho se tornou João. Se casou com Maria que lhe deu duas lindas filhas. Agora ele seria o Papai Noel. Suas filhas vão sentir o sabor da inocência, acreditando nessa velha e gostosa fantasia milenar. Ele lembra dele mesmo, do menino franzino, que acreditou em Papai Noel. 
A realidade é um animal faminto que vive colocando espinhos nos caminhos das fantasias. É uma devoradora de sonhos. Ele aprendeu que se vive três fases na vida: Primeiro acreditamos em Papai Noel, depois descobrimos que Papai Noel não existe e por fim nos tornamos um Papai Noel. O mundo tem que parecer encantado. Seria melhor para a humanidade se cada um de nós vivêssemos o espírito do Natal o ano inteiro, mas não  só dar presentes. Os sentimentos de solidariedade, de amizade, de amor, de bondade poderiam estar mais vivos, mais presentes, pulsando dia a dia nos corações de todos. Basta querer e lutar para sermos mais tolerantes procurando sempre fazer o bem. 
Quando o menino franzino descobriu que Papai Noel não existia, ele fez uma pergunta para ele mesmo: "O que a vida vai fazer de mim agora"? O tempo lhe ensinou que quem faz a vida ser um céu ou um inferno, são as atitudes de cada pessoa. Felicem natal em Christi.
 

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