Para docentes, prova manteve padrão de anos anteriores

De acordo com professores, estilo do exame não exige apenas conceituação de conteúdo, mas também boa interpretação

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 13/11/2018
Horário 05:03
Arquivo - Carlos ressalta que interpretação de texto deve ser introduzida desde cedo nas escolas
Arquivo - Carlos ressalta que interpretação de texto deve ser introduzida desde cedo nas escolas

No domingo ocorreu o segundo dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e, de acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), foi a “melhor” aplicação desde 2009. Na região, estudantes responderam às 90 questões de matemática e ciências da natureza. Embora, segundo o MEC (Ministério da Educação), os gabaritos estejam programados para serem divulgados amanhã e os resultados em 19 de janeiro de 2019, a reportagem ouviu professores e alunos de Presidente Prudente para saber suas concepções acerca do exame.

De acordo com a professora de biologia e ciências da natureza, Amadis Mattos, as questões relacionadas à área não fugiram muito do padrão aplicado pelo exame nos últimos anos. “Conversei com alguns alunos do terceiro ano e eles comentaram que caiu muito sobre genética e ecologia. Esses são temas que trabalho bastante em sala de aula, porque sei que a possibilidade de cair é alta”, explica. Outro tópico que, conforme ela, é bom sempre estar atualizado é meio ambiente. “Vi alguns comentários na internet sobre a prova estar muito exigente. Não vejo desta forma. Foi uma prova voltada para questões atuais aliadas às questões científicas”, expõe.

O professor de atualidades e história, Heitor Ribeiro, concorda com Amadis. Segundo ele, o segredo para ter mandado bem no Enem 2018 era estar por dentro das discussões sociais. “A prova em si não teve grandes diferenças em relação às dos anos passados, as características são sempre as mesmas”, relata. Modelo este que o docente define como interdisciplinar e que, por si só, já é algo bem atual. “Cada vez mais o ensino vem abordando a ideia de plural, de saber de tudo um pouco, não apenas dos conceitos”, explana. Na prova, isso se mostra, conforme explica, pela divisão das questões em nível de dificuldade. “As mais difíceis são as que exigem conceitos, mas as médias e fáceis normalmente dependem da habilidade de interpretação e do conhecimento amplo de cada um”, relata.

Para o docente de literatura, Carlos Francisco Freixo, a interpretação de texto deve ser desenvolvida desde cedo dentro das escolas. Isso, segundo expõe, ocasiona uma desenvoltura mais tranquila no decorrer do Enem. Além disso, aconselha aos que pretendem ingressar na universidade a “procurar informações que tenham a ver com seu perfil e com as habilidades que tem facilidade”. Nesse ponto, para ele, a interpretação também auxilia. “Tudo envolve pesquisa e compreensão sobre uma profissão em questão”, pontua.

Aproveitando as oportunidades

De acordo com Heitor, o período pós-Enem é o momento em que o estudante deve focar no curso que pretende conseguir no vestibular. “Pesquisar com calma, tentar evitar a ansiedade. É difícil, mas não ficar tão preocupado com a quantidade de acertos, cada questão tem um peso”, orienta. O segredo, segundo frisa, é não perder as datas de programas como o ProUni (Programa Universidade para Todos), Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). “São ótimas oportunidades de conseguir uma vaga em universidade”, comenta.

Enquanto isso, para aqueles que continuarão prestando outras provas e vestibulares, Amadis reforça sobre a importância de manter-se por dentro, principalmente de acontecimentos ambientais. “O máximo que puderem ler sobre questões climáticas/ambientais que podem mudar drasticamente nosso cotidiano, biotecnologia, temas desse tipo estão sempre permeando os vestibulares”, acentua o professor.

Hora da prova 

Prestando o Enem pela segunda vez, Maria Eduarda de Almeida Gonçalves, 19 anos, já tem em mente o curso que pretende fazer: Fonoaudiologia. Todavia, conforme ela, a prova – em especial o segundo dia – estava “bem confusa” e poucas coisas que estudou realmente caíram. “Ainda assim espero conseguir uma bolsa por meio dos programas, mas o que achei mais fácil foi a redação mesmo”, conta.

Já Letícia Marinho Vieira, 19 anos - que prestou a prova pela primeira vez em 2016 - revela que neste ano o exame estava mais fácil em termos de exigência de conceitos. “Eu particularmente gostei muito, foram abordados diversos assuntos atuais e que precisam ser discutidos”, ressalta. Sobre os próximos passos, a estudante revela que pretende iniciar o curso de artes visuais.

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