Muitas vezes, apenas por hábito, as pessoas começam a juntar objetos diversos, inusitados ou comuns, e de repente quando se aprofundam mais no significado por trás dos mesmos, acabam se transformando em grandes colecionadores. Este é o caso do veterinário Luiz Eduardo Viacava, eleito como presidente do Clube de Multicolecionismo de Presidente Prudente.
Dentre as várias peças que consta em seu acervo, estão moedas, cédulas - as quais ele mais se dedica -, selos, canetas, isqueiros, relógios de pulso e de bolso, antiguidades em geral, além de instrumentos de corte, como facas, canivetes e espadas (cutelaria). "Quem não aprende com a Historia repete os erros do passado. As peças eram feitas em um tempo, onde as pessoas se preocupavam com a qualidade. Produzidas para durar para sempre, não de se acabar em pouco tempo para logo se comprar outro", argumenta.
Moeda e medalha comemorativas estão entre as relíquias
Segundo ele, a filha de 11 anos, Thaissa, já está começando a se interessar tendo várias corujinhas. Luiz diz que quando era criança, já ajudava seu pai em sua coleção de selos. Certo dia achou uma moeda e começou a juntar. Com o passar do tempo, foi crescendo e passou a ser um admirador de História, o que logo lhe fez ver de forma diferente aqueles objetos que guardava.
"Uma peça antiga dessas é como a capa de um livro, que traz um prefácio que aguça o leitor a descobrir mais. O mesmo ocorre no colecionismo, cada objeto tem toda uma história, como a economia, valores monetários, personagens, costumes da época, relações sociais, a arte, a cultura, etc. Mais que ter algo é voltar no tempo e, por meio de pesquisas, descobrir muitas curiosidades", ressalta Luiz.
Segundo ele, a partir dessa consciência, os cuidados passam a ser maiores, com classificação, catalogação e conservação, evoluindo para uma forma, além de amadora e artesanal.
Envolvimento
Luiz já participou de várias exposições e tem contato com colecionados de diversos lugares do país e do mundo, como do Clube Numismático de Brasília (DF) e de Portugal, entre outros. Ele menciona que já está com quase todos os metais completos. Têm em sua coleção moedas de vários paises, como uma da China de 500 a.C (antes de Cristo), outra do Império Romano de 300 a. C., todas as comemorativas do Brasil, como uma de 1635 com o carimbo coroado, e muito, muito mais.
"Eu as guardo dentro de um envelope e com um papel vegetal, pois facilitam a sua respiração. As pessoas teimam que é preciso limpar as moedas. Não se limpa moeda, no máximo passo uma flanela para tirar o pó", detalha.
O clube
O colecionador diz que, por enquanto, o grupo - que conta com cerca de 50 integrantes - não tem endereço certo, mas se reúne aos sábados no Centro Cultural Matarazzo, a partir das 9h30. Com o objetivo de divulgar a turma, eles aproveitaram a 52ª Expo Prudente e durante dois dias, montaram no estande da mostra de carros antigos, banquinhas para a comercialização, e ou, troca de vários produtos.
"Queremos que mais jovens se sintam incentivados a colecionar, pois além de um
hobby, pode ser uma importante ferramenta de aprendizado. Nossa ideia é divulgar as atividades do grupo nas escolas para quem sabe conseguirmos mais participantes", deseja o presidente.