O filme sul-coreano “Parasita”, do diretor Bong Joon-ho, levou a maior parte dos prêmios na entrega do Oscar. Quatro prêmios e entre eles, o de melhor filme. Por quê? Um longa-metragem que leva ao tédio já no início. Cheio de cenas que levam a questionamentos como: o que significa essa cena? Seria muito longa a análise que fiz ao assisti-lo. Tentarei em algumas linhas, expressar algumas impressões subjetivas e emocionais que tive.
Os parasitas são seres vivos que retiram de outros organismos os recursos necessários para a sua sobrevivência. Eles são considerados agressores, pois prejudicam o organismo hospedeiro através do parasitismo. Toda a família de Ki-taek está desempregada e vivendo em um porão sujo e apertado. Uma obra do acaso faz com que ele comece a dar aulas de inglês a uma garota de família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe e filhos arquitetam um plano para infiltrarem-se também na família burguesa, um a um.
No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custam caro a todos. Diferenças socioeconômicas e culturais logo no início já ficam muito evidentes. Uma é abastada em glamour e excessos e a outra pela miséria, quase inanição, e um mix de delinquência. Há infiltração desta, na família abastada, pela falta de certa malícia. A inocência medíocre permite infiltrações da ordem do perverso.
Relações parasitárias são convenientes e constituem-se devidos aos porões oriundos pela falta de autoconhecimento. Há porões psíquicos dentro de nós mesmos, onde os cômodos mentais não se conversam, seremos invadidos e todos terão vontade de urinar em cima. Não podemos esperar que o outro resolva nossos problemas. Temos de arregaçar as mangas e ir em busca de soluções, independência e autonomia.
A miséria deve ser criativa. Existem ferramentas para a luta. Ter sabedoria sobre parasitas que aproximam-se. A sedução é um artifício utilizado por eles. São capazes de alimentar-se de você e provar que são eles que te prove. O ódio, a ambição e a inveja impedem o desenvolvimento e a transformação. A família em miséria invade a família rica. Uma família mal constituída emocionalmente permitirá invasões diante da vulnerabilidade de seus trincos em que suas paredes oferecem. Infiltrações trazem umidade, umidade leva a fungos, fungos apodrecem tudo.
Ego desestruturado, incapacidade para o pensar, ambição, inveja, ciúmes, desrespeito, mau caráter, inocência e falta de malícia constituem ambientes em psicose. Esses são caminhos que podem fertilizar parasitas. O parasita rastreia lugares para parasitar. Há brechas para o parasita em seu lar, relacionamentos, trabalho, etc.? Enfim, o filme retrata a loucura que a indiferença e o descaso provocam em toda a sociedade.