Pelé, 81 anos

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor do tico-tico e do teco-teco

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 26/10/2021
Horário 05:30

Pelé nunca marcou gol contra o Uruguai, o que não deixa de ser surpreendente. Poderia ter marcado pelo menos um gol e, nesse caso, lembro da jogada dele na Copa de 70, no México. Pelé deu o drible da vaca no excelente goleiro Mazurkiewicz, mas a bola foi para fora. 
Quase tirou tinta da trave. Pelé pôs a mão no rosto lamentando o gol perdido contra o Uruguai. Teria sido um gol antológico. Foi uma das jogadas mais bonitas daquela Copa, quando o Brasil tornou-se tricampeão do mundo. Seleção espetacular, Seleção dos sonhos. 
Pelé gostava de treinar no Estádio Urbano Caldeira, o campo do Santos na Vila Belmiro. Quando o então técnico Lula encerrava o treino por volta das sete da noite, Pelé permanecia no gramado. 
Todo o elenco ia pra casa após o treino. E o que Pelé fazia? Ele chamava o goleiro Cláudio e ia bater faltas e pênaltis. Treinava bastante as cobranças. A dupla só ia embora por volta das dez da noite. É o tal negócio: quer ser especialista, craque no assunto? Então, treine bastante.
Tudo pode ser uma questão de treino e, por falar nisso, cito o exemplo do pianista Oscar Peterson, uma das lendas do jazz. Perguntado porque tocava tanto, mais de oito horas por dia, ele dizia que, se não treinasse bastante, surgiria um pianista melhor do que ele. 
Então, com tanto treino, Pelé não foi Pelé por acaso. Treinava muito e, claro, jogava muito. Evidente que havia o talento nato, herdado do pai Dondinho, centroavante que também batia um bolão.
Pepe diz que o Pelé é de outro planeta. Se isso é verdade, ainda não sabemos oficialmente, se me permitem o chiste. Assisti ao último jogo do Pelé contra o Corinthians no Pacaembu, em 1974. Depois, ele se despediu na Vila Belmiro, mas voltou a jogar no Cosmos, em 1979, quando se despediu oficialmente do futebol, o esporte mais popular do mundo.
Quanto o Cruyff jogava no Barcelona, ele teve um desentendimento com um repórter que cobria o clube. Maior bate-boca. Pelé foi  citado. Em dado momento, o jornalista disse pro holandês: "Nem na cor você se parece com o Pelé".
A meu ver, o repórter foi injusto e exagerou na dose até porque Cruyff foi um baita jogador e botou o Brasil para dançar na Copa de 74. Coisas do futebol.
Falam muito da vida pessoal do Pelé, que politicamente ele foi omisso e outras coisinhas. Aliás, quem não tem vida pessoal? Quem não lava roupa suja em público quando se trata de personalidades?
Há o caso da Sandra, filha fora do casamento. Pelé não a reconheceu como sua filha e, ao que parece, o rei pisou na chuteira. Ou na coroa, tanto faz. Não me lembro se foi feito exame de DNA. Nem precisava. Sandra era a cara do Pelé. De todos os seus filhos ela era a mais parecida com o jogador.
Longe de mim querer julgar o Pelé ou quem quer que seja. Não é do meu feitio. Aliás, se alguém falar mal do Pelé perto de mim eu puxo a faca. Ou saco o berro, uma velha garrucha do século 19. Longa vida ao rei do futebol. Valeu, Pelé!

DROPS

Que clima é este? É primaveril ou "invernil"?

Com os preços dos alimentos nas alturas, compre uma escada de bombeiro para alcançá-los.

A que ponto chegamos? Acho que ao ponto de interrogação.

A verdade vem aí e ninguém segura.
(Val Pereira, filósofo de botequim)

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