A Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) divulgou ontem os dados do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado de São Paulo no primeiro trimestre de 2019 e uma análise do acumulado dos 12 meses anteriores a este período. Conforme o levantamento, o valor corrente para os três primeiros meses deste ano ficou em R$ 5,555 bilhões na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, que é a região de Presidente Prudente, sendo que, de 16 regiões, a do oeste paulista ficou com a 11ª colocação.
Ainda conforme a Fundação Seade, mesmo assim, o Produto Interno Bruto no acumulado dos últimos quatro trimestres anteriores ao analisado pela pesquisa registrou uma queda de 3%, já que os setores tiveram os seguintes resultados: agropecuária, com queda de 2,1%; indústria com -6,4%; e serviços, com 0,9%. Se analisados os valores dos cinco trimestres envolvidos no levantamento, é possível ver que do início do ano de 2018 para o ano de 2019 houve oscilação em reais no PIB regional.
Isso porque, (veja a tabela) o primeiro trimestre do ano passado fechou com o valor corrente de R$ 5,980 bilhões, que aumentaram para R$ 6,631 bilhões nos três meses seguintes e cresceram ainda mais no terceiro trimestre, fechando em R$ 7,572 bilhões. A partir do quarto trimestre é que os valores voltam a cair, já que nos últimos três meses do ano a quantia caiu para R$ 6,868 bilhões e R$ 5,555 bilhões no mais recente levantamento.
Análise dos dados
Ontem, para a reportagem, o presidente do Sindicato Rural de Presidente Prudente, Carlos Roberto Biancardi, analisou os dados do setor agropecuário e disse que a queda em números se refere a diversos fatores, como a queda, por exemplo, na produção de álcool e açúcar. “Houve fechamento de usinas na região neste período e essas áreas deixaram, desta forma, de produzir, o que traz reflexos para a produção final”. Além disso, ele esclarece que em reais essa produção ainda é influenciada pela oscilação do dólar e que constantemente tem suas cotações atualizadas. “De qualquer forma, continua sendo a atividade com mais estabilidade na sua participação na produção regional”.
O setor de indústrias teve o pior desempenho regional e, conforme já adiantado para este diário pelo diretor regional do Ciesp/Fiesp (Centro e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Wadir Olivetti Júnior, os dados podem ter sido prejudicados, principalmente, pela ausência de indústrias com produtos “mais elaborados” e melhores tecnologias, que não vieram para a região. “Essa situação é um reflexo, principalmente, de uma região mais agropecuária e da fuga de indústrias para regiões que ofertam benefícios como incentivos fiscais”.
Serviços foi o setor que teve a menor variação negativa e o resultado já poderia ser esperado por parte do gerente regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), José Carlos Cavalcante. Ele comentou para O Imparcial que “não é de hoje que o setor apresenta resultados favoráveis”, principalmente porque as prestadoras de serviço exigem menor volume de capital para quem vai começar. “Passa a ser um setor atrativo”.
PRODUTO INTERNO BRUTO | |||||
Em milhões de reais | |||||
10ª Região Administrativa | 1º trimestre de 2018 | 2º trimestre de 2018 | 3º trimestre de 2018 | 4º trimestre de 2018 | 1º trimestre de 2019 |
PIB | 5.980 | 6.631 | 7.572 | 6.868 | 5.555 |
Agropecuária | 215 | 341 | 879 | 398 | 174 |
Indústria | 1.494 | 1.987 | 2.251 | 1.778 | 1.478 |
Serviços | 3.765 | 3.843 | 3.856 | 4.170 | 3.358 |
Fonte: Fundação Seade |