Populares recebem ações da campanha Setembro Amarelo

Conscientização é recebida como meio de ajuda às pessoas com algum sinal de que possa cometer suicídio; roda de conversa e panfletagem integram programação

PRUDENTE - Da Redação

Data 11/09/2018
Horário 16:27
João Paulo Barbosa/AI da Unoeste - Panfleto, produzido com apoio da APP e distribuído durante ações do Setembro Amarelo, em PP
João Paulo Barbosa/AI da Unoeste - Panfleto, produzido com apoio da APP e distribuído durante ações do Setembro Amarelo, em PP

Ações de orientação para prevenção ao suicídio são bem recebidas por populares, conforme constatação de envolvidos e de atendidos pela campanha Setembro Amarelo. São pessoas que precisam de ajuda de um parente ou de algum conhecido, para encaminhamento aos serviços médicos especializados. Elas não conseguem tomar decisões sozinhas. Constatação feita na literatura e ratificada ontem, pela estudante do curso de Medicina da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), de Presidente Prudente, Vanessa Ballista, durante ação de panfletagem e informação para usuários do Ambulatório Médico do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo e do AME (Ambulatório Médico de Especialidades).

A moradora de Ouro Verde, Márcia de França Santos, compartilha o mesmo pensamento, manifestado instante depois de ter conversado com Vanessa. “É bom que a gente esteja informada, para poder ajudar. Quanto mais pessoas conscientizadas e em condições de ajudar, menor será o índice de pessoas cometendo suicídio”, avalia a senhora, que ficou disposta em ajudar buscar socorro, junto ao serviço público municipal de saúde, para um conhecido que tem 27 anos e, segundo ela, deve estar depressivo, “razão pela qual teria perdido o emprego e agora fica falando que irá se matar”.

José Aparecido da Silva, de Martinópolis, disse que vive em sua casa o problema de um familiar com 63 anos que tem desistido da vida, que passa o dia na cama e resiste até em se levantar para se alimentar. “Ela tem o atendimento do Caps [Centro de Atenção Psicossocial], mas não segue o tratamento. Então, o esclarecimento que recebi da campanha é sobre possível internação temporária, até estabilizar o emocional e poder voltar para casa, continuar tomando os medicamentos e aceitar as recomendações dos profissionais do Caps”, prevê Silva e elogia a campanha.

Vanessa comenta que são várias pessoas relacionadas com histórias dessa problemática tratada pelo Setembro Amarelo, como é o caso da senhora cuja família de uma prima teve três mortes por suicídio. Situação que tem ocorrido com pessoa de qualquer idade, inclusive criança. Assim é que o suicídio está entre as principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo, daí a iniciativa da campanha pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Conselho Federal de Medicina, a qual tem recebido vários apoiadores, entre os quais está a Unoeste.

Na ação no HR, no AME, em todos os Caps de Presidente Prudente e nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do Jardim Guanabara e do Jardim Belo Horizonte, a expectativa foi de impactar pelo menos 10 mil pessoas e estiveram envolvidos cerca de 100 alunos do 5º termo do curso de Medicina e membros da Liga Universitária de Psiquiatria, conforme a professora Gilmara Peixoto Rister. Conta que ainda pela manhã, foram alcançadas 40 pessoas que estavam à espera de atendimento na Defensoria Pública. Nos Caps, os alunos foram acompanhados pelo professor Samuel Augusto Ferreira Aurelio, coordenador do Laboratório Regional de Transtornos da Ansiedade, no HR.

A professora Cláudia Álvares Calvo Alessi também esteve envolvida com a ação de panfletagem e orientação. Produzidos com o apoio da APP (Associação Prudentina de Psiquiatria), os panfletos são com os seguintes tópicos: transtornos mentais, histórico pessoal, ideação suicida, fatores estressores crônicos recentes, organizar detalhes e fazer despedidas, meios acessíveis para suicidar-se, impulsividade, eventos adversos na infância e na adolescência, motivos aparentes ou ocultos e presenças de outras doenças.   

Vila Marcondes

À tarde, na ESF (Estratégia de Saúde da Família) da Vila Marcondes, ocorreu uma roda de conversa com agentes comunitários, realizada pela Liga de Enfermagem em Psiquiatria e Saúde Mental. “Tivemos outras atividades no curso de Enfermagem, incluindo palestras e uma mobilização para a qual os alunos foram estimulados a usar roupa amarela, a cor da campanha”, comenta a coordenadora da liga Juliana Garboleto da Costa.

A professora Mariana Carolina Vastag Ribeiro de Oliveira mediou a roda de conversa com as participações de estudantes e de agentes comunitários. O foco foi na prevenção e nos cuidados com os familiares de alguém que tenha cometido suicídio, sendo que as estatísticas apontam que para cada caso são pelo menos dez pessoas diretamente impactadas, entre as quais algumas alimentam o sentido de culpa por algo que não conseguiu evitar.

Foram tratados vários tópicos com os funcionários da ESF, os quais na condição de agentes visitam as famílias de casa em casa e, por isso, estão na ponta do atendimento. Como parte da campanha Setembro Amarelo, durante o mês são várias ações, internas e externas, desenvolvidas pelos cursos de Medicina, Enfermagem e Psicologia, mas com a participação de todos os cursos da área de saúde, envolvendo alunos, professores e coordenadores, incluindo o diretor das Faculdades de Medicina de Presidente Prudente e de Jaú, o Dr. Gabriel de Oliveira Lima Carapeba.

Com AI da Unoeste

 

 

 

 

 

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