Por trás das máscaras

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 16/08/2020
Horário 08:30

O uso de máscaras faciais tornou-se uma das características mais marcantes da pandemia Covid-19. No futuro distante, as fotografias das pessoas utilizando máscaras serão um sinal que continuará a despertar reações de espanto ou admiração. Por quê? Não se trata de uma opção ditada pela moda, nem de uma livre escolha, por mais conscientes que elas sejam. As máscaras falam por si mesmas, mais do que os lábios escondidos possam expressar. As máscaras para conter a pandemia revelam, ao invés de esconder.
Hoje, o termo máscara nos faz pensar imediatamente na máscara facial usada na pandemia, mas ele tem várias expressões e significados, de acordo com o tipo de máscara e a situação de quem a utiliza. Basta lembrar as máscaras carnavalescas, as de teatro, ou de cerimônias rituais, em algumas culturas. Contudo, há uma acepção bastante negativa quando elas designam o que esconde a identidade, para enganar, ocultar interesses ou praticar crimes. Esse sentido pejorativo de “máscara” parecia predominar, na linguagem coloquial até a pandemia, com as expressões “cair a máscara” ou “tirar a máscara”, para revelar quem alguém é, de fato, ou quais são os seus verdadeiros interesses.
A máscara recomendada ou exigida como medida de saúde pública, durante a pandemia, revela e “desmascara”. Por detrás dela está alguém que tem senso de amor e responsabilidade pela própria vida e pela vida de quem ama. Expressa amor, cuidado consigo e com o outro, responsabilidade, capacidade de fazer renúncias pelo próprio bem e pelo bem do próximo. As pessoas que utilizam máscaras faciais nos templos, e que compõem uma cena comum em nossos dias, elas expressam o louvor ao Criador não somente com os lábios, mas com o coração e a vida, através de um gesto aparentemente simples, mas importante e eficaz para preservar a vida e a saúde de quem ora, da própria comunidade orante e da sociedade em geral.
Entretanto, o reconhecimento da importância do uso da máscara facial não implica restringir a ela as medidas sanitárias.  Infelizmente, muitas pessoas parecem achar que basta usar a máscara e tudo o mais é permitido, isto é, não observam outras regras fundamentais de saúde, como o distanciamento social, a não aglomeração e a higienização das mãos. Esse comportamento tende a piorar, com o passar do tempo, nas etapas de flexibilização das medidas restritivas.
Não podemos cansar de lutar contra a Covid-19, seguindo as recomendações de saúde pública. Com fé em Deus e os esforços de todos, venceremos a pandemia. Por detrás das máscaras, há uma multidão de profissionais da saúde que se dedicam generosamente a cuidar dos enfermos. Por detrás das máscaras, há uma multidão que ama a vida e sente-se responsável por preservá-la. Por detrás das máscaras, há amor e responsabilidade pela vida! [Autor: Cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador]

Liturgia
Assunção de Nossa Senhora (solenidade)
Leituras: Apocalipse 11,19a;12,1-6a.10ab; Salmo 44(45),10bc.11.12ab.16 (R. 10b); 1 Coríntios 15,20-26.28; Lucas 1,39-56
I.- Antífona de Entrada: Grande sinal apareceu no céu: uma mulher que tem o sol por manto, a lua sob os pés e uma coroa de 12 estrelas na cabeça (Ap 12,1).
II.- O canto de Maria é o nosso também. Hoje, nos alegramos porque uma de nós alcançou o seu destino final; é a grande festa de Maria, a festa de sua Páscoa, a Assunção de Nossa Senhora. Na Terra, seguiu o caminho de Jesus, viveu sem reservas as bem-aventuranças e agora compartilha a glória de seu Filho. A Assunção é para nós um sinal de esperança. Recorda-nos que também nós estamos chamados a participar com ela da vitória de Jesus, se estivermos dispostos a compartilhar com ela na fé humilde, no serviço aos pobres e humilhados no Reino de Deus. Hoje é dia de celebrar com alegria! Muita alegria! Viva Nossa Senhora!
III.- Leituras: 1) Maria, síntese da Igreja. Cristo vence sobre o mal e é elevado aos céus. A mulher referida por João no apocalipse representa a Igreja, mas como Maria foi eminentemente tudo o que a Igreja está chamada a ser, a liturgia lhe aplica esse texto. Maria, a Mãe, vitoriosa com seu Filho. 2) Cristo, causa e primeiro fruto da ressurreição. Cristo venceu a morte por sua ressurreição. Ele foi o primeiro a ressuscitar dentre os mortos. Nós o seguiremos e ressuscitaremos com e por Ele. Por isso Maria, que compartilhou plenamente sua vida, missão e seu sofrimento, pode segui-lo ao céu, inclusive corporalmente. 3) Deus exalta os humildes. Maria responde plenamente aos planos de Deus de modo humilde e serviçal. Reconhece que sua grandeza procede de Deus. É Deus quem a exalta e a elevará ao céu em sua Assunção. Eis o compêndio de uma Igreja humilde e servidora (a igreja “samaritana”).
IV.- Oração: Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu, em corpo e alma, a imaculada virgem Maria, mãe do vosso filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
V.- Para o caminho: Nós, como Igreja, estamos chamados a ser o que Maria foi e fez na terra: crer nos caminhos e na inspiração de Deus, ainda que sem saber o que o futuro nos reserva; abrir-nos às necessidades dos demais, servindo-os cordialmente.
 

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