PP é a 5ª “capital” com mais candidatos a prefeito

A poucas semanas para os eleitores irem às urnas na escolha de prefeitos e vereadores, a reportagem fez um levantamento das capitais das 15 RAs (Regiões Administrativas do Estado de São Paulo) e a quantidade de nomes ao cargo do Executivo. Com base nos dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), verifica-se que Presidente Prudente é a 5ª capital com maior número de candidatos ao cargo de prefeito, com 12 nomes.

A cidade perde para Santos (16 candidatos), Bauru, Campinas e São Paulo (todos com 14 candidatos).

Nas eleições de 2016, Prudente tinha oito candidatos ao cargo majoritário do Executivo, quatro nomes a menos que na corrida atual. Para o professor universitário e sociólogo, Luiz Antonio Sobreiro Cabreira, a maior quantidade pode resultar na “fragmentação” de votos. “Em se considerando a democracia como a expressão livre do povo, o número de candidatos deveria ser o espelho exato da vontade popular, independentemente da quantidade”, expõe.

No entanto, Cabreira explica que a estrutura atual decorre da vontade de grande número de partidos políticos, que não necessariamente representam o pluralismo da opinião pública. “A ideia de que uma quantidade maior de candidatos signifique a possibilidade de renovação dos quadros políticos do município não se aplica no caso de Prudente, tendo em vista que boa parte dos candidatos já fazem parte dos políticos presentes na vida parlamentar ou no Executivo”, explica o professor, que lembra da questão da experiência ao cargo.

Segundo Cabreira, ela é um fator preponderante, assim como a competência e a legítima representatividade popular - qualidades esperadas para um candidato. “Mas, de que tipo de experiência se está a falar? De que competências e de qual legitimidade aqui se emprega? São questões que o eleitor deve responder, para que escolha aquele que será seu representante na vida pública e na política municipal”, considera.

Dados chamam a atenção

O que chama a atenção no levantamento feito pela reportagem é que os municípios de Araraquara e Marília, que possuem eleitorado apto aproximado do total de Prudente, possuem números de candidatos inferiores, 9 e 8, respectivamente. Para o professor, não existe outra explicação a não ser a de que os partidos políticos nestas cidades conseguiram constituir o número de candidatos apresentado. “Vale destacar que esse ano não será possível as chamadas coligações [EC nº 97/ 2017], o que talvez tenha sido um fator importante para o aumento de nomes ao cargo executivo”, explica.

Ao analisar a lista dos candidatos prudentinos, Cabreira faz um adendo sobre a participação feminina nas eleições. “Temos 12 candidatos, todos do sexo masculino e, ainda, que quatro candidatas a vice-prefeita, é necessário que a participação da mulher seja melhor considerada”, salienta o professor, que cita as edições das leis 9.100/95 e 9.504/97, que estabelecem uma porcentagem obrigatória de 20% a 30% de candidaturas femininas

“Aguardo uma candidatura à Prefeitura de Prudente que nasça da vontade popular e que seja do sexo feminino”, afirma. “Quem sabe na próxima eleição!”.