PP pode ficar fora de possível flexibilização; comerciantes se preocupam com cenário

No domingo, taxa de isolamento ficou em 44% na cidade, sendo a pior do Estado; em coletiva realizada ontem, João Doria esclareceu que município abaixo de 50% estará excluído de qualquer afrouxamento

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 05/05/2020
Horário 04:00
Governo do Estado - Ações foram anunciadas ontem, na capital paulista, em coletiva de imprensa
Governo do Estado - Ações foram anunciadas ontem, na capital paulista, em coletiva de imprensa

Em entrevista coletiva realizadace, estarão automaticamente excluídas de qualquer tipo de flexibilização. E neste cenário, Presidente Prudente estaria dentre os locais que seriam penalizados de tal forma. Isso porque, no último monitoramento realizado, no domingo, a taxa da cidade ficou em 44%: o pior número de todo o território paulista, juntamente de Araçatuba e Catanduva.

Na ocasião, além de outros assuntos tratados, Doria listou as 20 cidades que menos respeitam a quarentena, citando a capital do oeste paulista no topo dos piores índices. E ao pé da letra, o chefe do Executivo estadual pontuou da seguinte forma: “todas essas cidades precisam melhorar os seus índices, principalmente se desejarem ter algum tipo de flexibilização”, completou.

Em outras palavras, não havendo o índice “superior a 50%, já, por esse item, as cidades estarão atomicamente excluídas” de qualquer flexibilização. “E por quê? Porque nós não desejamos mais vítimas. Nós não desejamos mais pessoas infectadas. E não desejamos, obviamente, mais óbitos no Estado de São Paulo”, afirmou o governador. Na fala, ele ainda salientou que é possível, sim, melhorar tais números. E lembrou ainda do “importante papel” que os chefes de família têm feito, sobretudo as mulheres, no sentido de promover a conscientização e a necessidade de ficar em casa.

O QUE FALA

O COMÉRCIO

Certo é que, desde que o isolamento social foi imposto via decreto estadual, o que a categoria que mais sentiu o impacto, o comércio, pede, é a flexibilização da quarentena, para que os trabalhos possam ser retomados aos poucos. Contudo, com tais números e a fala do governador, isso parece ser uma realidade distante.

À reportagem, o presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), Vitalino Crellis, disse que, se assim for, a situação do comerciante ficará “cada vez pior”. E isso, por sua vez, “acaba afetando o próprio governo, na arrecadação de impostos”. Ele chegou a mencionar que o governador está fazendo “muita politicagem”. “Abre o comércio. Se constatar que está piorando, fecha de novo”, completa.

Já Ricardo Anderson Ribeiro, à frente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), complementou a fala de Vitalino, analisando o comportamento das pessoas. “Em cidades menores é mais difícil existir um isolamento social”, completa. Ele pontua que, pelo fato de ter um número menor de casos, e em alguns municípios até nenhum, as pessoas afrouxam mais. “E quando se fala em um pico no final de abril e depois maio, e isso não ocorre, as cidades que têm menos casos vão ficando mais à vontade”, diz. E completa: “se não houver flexibilização será péssimo para o comércio”.

Em um dos casos de quem sente na pele, o comerciante Marcel Cerávolo também se mostrou totalmente contra a fala do governador. Para ele, o isolamento está fazendo as famílias, que dependem do comércio, quebrarem. O empresário comentou ainda que os números da capital paulista, em relação à pandemia, “não devem ser reais, que existe uma sabotagem para derrubar o governo federal, chamou Doria de ditador e que Prudente não teve um aumento expressivo de casos e mortes no último mês, por isso, a flexibilização tem que ocorrer” para ajudar a economia.

SAIBA MAIS

A partir de hoje, o governador decretou que todas as pessoas devem utilizar máscara em locais públicos de todo o território paulista. Caso contrário, poderá haver penalizações. Contudo, João Doria deixou claro que a forma de autuar ficará a cargos das prefeituras.

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