Nos últimos anos, não é novidade nos depararmos com as notícias de políticos brasileiros levados ao cárcere por conta do mau uso do dinheiro público. As ocorrências de corrupção parecem brotar dentro da máquina enquanto a população assiste do lado de cá o vaivém das cortes judiciais e do sistema penitenciário. O Brasil tem atrás das grades hoje dois ex-presidentes, Lula e Temer, ex-comandantes do posto máximo da nação, eleitos pelo voto, que respondem por diversos crimes ligados à corrupção.
O Brasil tem em seu histórico a prisão ou detenção de outros presidentes e ex-presidentes: Hermes da Fonseca, Artur Bernardes, Washington Luís, Café Filho e Juscelino Kubitscheck. Os casos de Lula e Temer são os últimos desde 1989. Lula foi condenado, enquanto a prisão de Temer é preventiva. Não fazendo jus ao crime cometido por cada um, uma vergonha para um país tão carente em qualidade na prestação de serviços públicos.
Ao mesmo tempo em que estas prisões, assim como tantas outras encabeçadas pela Lava Jato e demais operações, trazem ânimo no sentido de esperança de dias melhores, conduz a preocupação de que não pode ser encarada como algo banal, que se tornou corriqueiro em nosso cenário e que assim pode continuar pelos dias vindouros.
A mesma nação que elegeu os políticos que amargam dias atrás do xilindró e também colocou no poder os atuais governantes precisa estar alerta e otimista de que um ponto final merece ser posto na história da corrupção na política brasileira. Leis mais duras e penas menos brandas podem devolver a ordem pública, econômica e assegurar que os criminosos deste calibre não fiquem impunes.
Não podemos mais tolerar o roubo ao erário público. Precisamos que a limpeza no cenário político continue sendo feita. O Brasil amarga uma das maiores cargas de impostos do mundo e sofre com serviços deficitários nos setores de saúde, educação, transporte, mobilidade urbana e tantos outros. Enquanto isso, nos deparamos com rios de dinheiro correndo nas mãos de poucos, sem qualquer retorno à máquina. A luta continua e, mais que comemorar, precisamos mostrar consternação por tudo que nos tem sido tirado.