A edição de ontem de O Imparcial trouxe como destaque um projeto novo anunciado na semana passada pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSBD). Trata-se do Escola + Bonita, que foi viabilizado através de uma parceria entre as secretarias estaduais de Educação, Administração Penitenciária e Desenvolvimento Econômico, e prevê a revitalização de 2,1 mil escolas em todo o Estado até 2020. Mas mais do que as unidades escolares, os principais beneficiados com a ação são os próprios detentos, que mesmo tendo errado em algum momento da vida e estando privados de liberdade no cumprimento das penas, agora têm a oportunidade de aprender uma profissão e assim assegurar uma futura reinserção ao mercado de trabalho e à sociedade.
Em Presidente Prudente, conforme informado, a Escola Estadual Monsenhor Sarrion foi a primeira a ganhar a aparência nova. Desde o dia 29 de janeiro, 21 sentenciados em regime semiaberto da Penitenciária Wellington Rodrigo Segura, localizada no distrito de Montalvão, têm trabalhado para garantir a limpeza e reforma na estrutura do prédio da unidade escolar. São os Giovanis, Diegos e Carlos, chamados no sistema prisional de reeducandos, que no local reservado à educação de crianças e adolescentes, estão tendo a oportunidade de uma reeducação antes de sair às ruas para encarar a nova vida que terão pela frente.
E todos sabemos que não será fácil. Entre tantos preconceitos existentes, a sociedade mantém um de maneira muito velada, mas que atinge milhares de pessoas diariamente: o contra ex-detentos. Pessoas que já estiveram presas são tratadas como escória, dificilmente encontram uma colocação no mercado de trabalho e, sem saída, muitas vezes a tábua de salvação é voltar ao crime. A questão é que, com isso, é a própria sociedade que sofre lá na frente, com a manutenção dos números da criminalidade. Pois quando se deixa de acolher um ex-preso, se cria um criminoso reincidente.
