Projeto visa evitar infestações de carrapato na Cidade da Criança

Ação executava no Parque Ecológico fará o controle por meio de um alambrado, que conterá animais silvestres

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 07/02/2019
Horário 07:43
Marcio Oliveira - Projeto prevê 1,6 mil metros de alambrado construídos para impedir o acesso das capivaras
Marcio Oliveira - Projeto prevê 1,6 mil metros de alambrado construídos para impedir o acesso das capivaras

A reportagem, nos últimos anos, acompanhou e realizou diversas matérias sobre casos pontuais de proliferação de carrapatos no Parque Ecológico Cidade da Criança, em Presidente Prudente, e o cuidado dos órgãos públicos para evitar que visitantes estivessem em contato com as capivaras que habitam o local e que, consequentemente, auxiliavam em eventuais infestações. Justamente para evitar novos problemas, o parque ganhou um novo projeto, que instala, atualmente, um alambrado e estacas de concreto como forma de conter os animais silvestres. “Estamos investindo para que os ambientes continuem a proteger os animais, mas que também possam ser um importante ponto de atração turística para os moradores da cidade e região”, diz o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB).

O alambrado começou a ser instalado no dia 28 de janeiro, conforme a Prefeitura, sendo que a ideia partiu de um projeto criado em 2017, pela bióloga Isabela Alves de Lima, com proposta de 1,6 mil metros de alambrado, que deve impedir o acesso das capivaras nas áreas de visitação pública. A previsão é de que as obras, já iniciadas, sejam concluídas em 60 dias. O Parque Ecológico tem 172 hectares, dos quais 104 hectares são fragmentos preservados da mata atlântica do interior. “Na área vivem vários exemplares de animais silvestres, como cachorro-do-mato, cotia, quati, macaco-prego, assim como lontras, veados, e ainda várias espécie de aves e lagartos, além de outros exemplares”, informa a Prefeitura.

O secretário municipal de Turismo, Oswaldo de Oliveira Bosquet, por meio da Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), lembra que a iniciativa reflete a preocupação por parte do chefe do Executivo para com o bem-estar das famílias que frequentam o parque, bem como mostra a importância de que os animais silvestres permaneçam na mata, sem que tenham contato com as áreas de convívio dos humanos. “Nos últimos anos, devido ao grande desmatamento das matas nativas da região, as capivaras passaram a encontrar no Parque Ecológico um abrigo seguro, e, com a instalação do alambrado, cria-se uma barreira física que impede o acesso das capivaras, e, desta forma, pode-se prevenir o aparecimento dos carrapatos nos locais de visitação”.

Histórico

O Imparcial noticiou há alguns anos que o Gepron (Instituto de Gestão de Projetos do Noroeste Paulista), que até então administrava o Parque Ecológico Cidade da Criança, informou estar controlada a infestação de carrapatos identificada em 2012 nas áreas da população de capivaras. Os profissionais, naquele período, promoveram centenas de ações para conter a proliferação do inseto – inclusive com o cercamento para limitar o acesso nos espaços que ocorrem contato com o público. Em razão dessas medidas, manteve-se a população fixa de capivaras no Parque Ecológico, que variava de 200 a 250 animais. Entre as ações de combate estava a mudança da forma de dedetização que não oferece risco ao meio ambiente, bem como aos reservatórios de água da Cidade da Criança.

Em novembro de 2013, por sua vez, este diário noticiou que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente havia liberado R$ 500 mil para serem investidos no controle populacional das capivaras residentes na Cidade da Criança, por conta dos problemas causados pela proliferação de carrapatos. “Conforme a pasta, no momento, as empresas apresentam propostas para serem selecionadas e ter a aquisição da licitação. O projeto começa no início de 2014. Atualmente, no local há 280 capivaras. O parque recebe mensalmente 6 mil visitas”, informou a reportagem à época.

De acordo com a Assessoria de Imprensa da Cidade da Criança, na ocasião, foi feito um modelo de cercamento no perímetro do escoteiro que funcionou de “forma exemplar para com as capivaras” e havia a intenção de fazer o mesmo em todo o perímetro do Parque Ecológico e também nos espaços internos para inibir o livre acesso que elas tinham dentro do local. Para isso, foi enviado para a Prefeitura um ofício requisitando verba para o cercamento. Em contrapartida, a Prefeitura de Presidente Prudente, alegou que buscava a solução para o caso, mas dizendo que era o Gepron o responsável por administrar e se responsabilizar o caso.

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