Embora o acidente de trânsito que vitimou o motoboy Airton Antônio dos Santos, 49 anos, na tarde de sexta-feira, tenha sido uma fatalidade, munícipes acreditam que a Prefeitura de Presidente Prudente deveria reestudar a rotatória entre as avenidas da Saudade e Joaquim Constantino, próximas ao viaduto da Rodovia Raposo Tavares (SP0-270). Segundo eles, as atuais condições do cruzamento favorecem a ocorrência de acidentes e, caso não haja mudanças imediatas, outras mortes se repetirão no trecho.
Como alternativas, os cidadãos sugerem o reposicionamento da sinalização que indica a parada obrigatória e a implantação de um semáforo, o qual corroboraria até mesmo para dar mais celeridade ao fluxo de veículos, considerando que há motoristas que precisam esperar uma brecha no movimento por longos períodos, a fim de conseguir acessar as referidas vias. O assunto rendeu discussões nas redes sociais deste periódico após a reportagem veiculada na sexta-feira, o que motivou a ida da reportagem ao local.
A Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) informa que a sinalização do trecho segue a regulamentação do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), com “visibilidade boa e adequada”, e que há estudos em andamento para a implantação de semáforo. “O condutor deve estar atento às placas de sinalização e parar seu veículo antes de entrar ou cruzar a via ou pista”, expõe.
O proprietário de uma empresa na Joaquim Constantino, Lauro de Souza Rodrigues Filho, 31 anos, pondera que o primeiro passo a ser tomado pela Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública) é reconduzir o sinal de “pare” mais à esquerda e adiante do asfalto, tendo em vista que o atual espaço em que está inserido impede que os motoristas visualizem os veículos que vêm por baixo do viaduto. Para ter essa visão, muitos carros, motos e carretas fazem a parada praticamente na Avenida da Saudade, o que, imprevisivelmente, pode ocasionar colisões. A respeito do acidente ocorrido na sexta, o empresário acredita que a responsabilidade não é do motorista, mas do planejamento urbano, que não considerou os riscos do cruzamento. “São inúmeras as carretas sem freio que descem pela Joaquim Constantino. Se você parar para observar o asfalto, vai ver que ele está até ondulado”, menciona.
Alta velocidade
O mecânico Wellington de Oliveira Teixeira, 29 anos, por sua vez, acredita que uma das medidas necessárias é a alteração da entrada da Raposo Tavares, posto que, por meio dela, muitos condutores acessam a Joaquim Constantino em alta velocidade e são obrigados a reduzi-la em questão de 50 metros por conta do cruzamento, que normalmente já está cheio. “A situação se torna ainda mais perigosa se o motorista não conhece a cidade ou o trecho”, comenta. Além de sugerir o reposicionamento da sinalização, Wellington é mais radical e propõe a remoção da rotatória. “O ideal seria manter somente a Avenida da Saudade em mão dupla e implantar o semáforo. A rotatória é o que atrapalha tudo, pois ameaça a segurança dos usuários e tira um espaço enorme da avenida”, avalia.
O engenheiro Paulo Perego, 50 anos, afirma cruzar o trecho todos os dias e aponta que os momentos mais caóticos se dão nos horários de pico, quando o alto fluxo de veículos congestiona o trecho e eleva as chances de acidentes. “No final da tarde, quem vem do Damha para acessar a Saudade chega a ficar parado 15 minutos esperando uma lacuna para prosseguir seu trajeto”, denota. Justamente por ser engenheiro, ele diz ser difícil sugerir mudanças para o local sem antes fazer um estudo técnico sobre a área, dado que nem todas as boas ideias podem ser exequíveis.
Já o empresário Rodrigo Marinho, 34 anos, também insiste na colocação do semáforo – o que, em sua opinião, asseguraria o trecho e garantia um trânsito mais célere. Parado em um posto de gasolina nas imediações, ele destacou a dificuldade para conseguir sair do pátio e entrar na via, cenário que seria simplificado com o sinaleiro. “Além disso, é preciso intervir na Joaquim Constantino, talvez com um obstáculo, pois os motoristas vêm correndo até a Saudade e, por conta da falta de visão somada ao descuido, acabam gerando as colisões. Tanto é que um motociclista já morreu por aqui”, pontua.
Eliminação de conflitos
A Secom ressalta que, no trecho em questão, já foram eliminados dois pontos de conflito com a transformação da Joaquim Constantino em mão única e o fechamento dos pontos de conversão junto ao viaduto. A administração municipal determinou ainda a pavimentação da Estrada Domingos Ferreira de Medeiros, entre o Damha 1 e o Village, a qual está concluída, ligando o Jardim Satélite e a ponte da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil).
Também foi aberta uma rua interligando a Avenida Vereador Aurelino Coutinho e Avenida Coronel José Soares Marcondes, “reduzindo, assim, a incidência de acidentes, com exceção deste mais recente, em que não foi esclarecido se o caminhão perdeu o freio ou saiu da rodovia em alta velocidade”.