Psicóloga propõe criação de estratégias para fazer Enem

Inscrições da prova foram abertas na segunda e podem ser feitas até dia 18, pela internet; estudantes de Prudente já se preparam para entrar na faculdade e testar conhecimentos

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 10/05/2018
Horário 09:27
Marcio Oliveira - Beatriz quer passar em Medicina e tentará uma bolsa com o exame
Marcio Oliveira - Beatriz quer passar em Medicina e tentará uma bolsa com o exame

Todo ano é um burburinho quando abrem as inscrições do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Elas começaram na segunda-feira e podem ser efetuadas até 18 de maio. De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), após 24 horas do início das candidaturas, foram contabilizados 1.389.270 inscritos no país. A prova, que serve como porta de entrada para um curso superior e como avaliação do ensino, é conhecida entre os estudantes pelo nível de exigência e preparação necessária para responder 180 questões. Marcada para os dias 4 e 11 de novembro, é dividida entre as áreas de ciências humanas, biológicas, exatas e redação. No meio da pressão para conseguir uma boa nota, existe fórmula certa para mandar bem?

Segundo a doutora em Psicologia, Camélia Murgo, o segredo para arrasar no exame é desenvolver uma autorregulação. Segundo ela, não basta criar apenas uma rotina de estudos, mas também estratégias de aprendizagem, ou seja, descobrir a forma correta de separar informações importantes em um conteúdo e como sanar dúvidas de algum exercício, por exemplo. Para criar essas estratégias, é necessário orientação. “O estudante precisa ser orientado por professores, psicólogos, para que possa fazer um elenco de estratégias e se relacione melhor com o conteúdo do ensino médio, que é extenso”.

Camélia destaca que no processo de estudo, a prioridade deve ser estabelecer um conjunto de estratégias especifico para a leitura. “Leitura é a competência básica, um bom leitor compreende um exercício matemático, matérias de geografia, história, ajuda em diversas disciplinas”. A doutora também frisa que é importante não apenas ler muitas coisas, mas sim buscar orientações para ler da forma correta, que gere compreensão do conteúdo consumido.

 

Principais erros

A ideia que os estudantes têm em mente de que devem “se virar” sozinhos, sem nenhuma orientação para conseguir uma boa nota, é um dos erros mais comuns durante o processo de estudo, de acordo com Camélia. “Alguns acreditam que precisam estudar por muitas horas e deixarem de fazer outras atividades, isso também é um erro, o ideal é intercalar entre estudos e atividades de lazer”, explica.

Segundo ela, não existe um tempo ideal para estudar diariamente, o segredo é não se sobrecarregar e não deixar para estudar na véspera do exame. “Existem teóricos que dizem que é o ideal são duas horas de estudos, outros que em 30 minutos o estudante já não tem mais mesma assimilação, não tem um padrão comprovado, mas é claro que quatro ou cinco horas seguidas não serão produtivas, cai o rendimento”, explana.

 

Começando a universidade

Recém-formada no ensino médio e cursando técnico em Farmácia, Maria Eduarda Almeida conta que pretende prestar o Enem este ano para tentar ingressar no curso superior de Enfermagem. “Faço cursinho, tento pesquisar as coisas que podem cair para tentar uma boa nota e começar a faculdade no ano que vem”. Ela conta que o segredo é focar no objetivo que quer alcançar e estudar bastante para isso.

Foco é a palavra que define Beatriz Nishimoto. Fazendo cursinho pré-vestibular há dois anos, ela conta que vê o Enem como maior leque de opções para ingressar no curso de Medicina. “Dá para tentar várias faculdades pelo Sisu [Sistema de Seleção Unificada] e o Fies [Fundo de Financiamento Estudantil], por isso o foco é o Enem”, explica.

Enquanto isso, no último ano da escola, Anna Godoy, aos 17 anos, não tem um curso específico em mente, mas também pretende fazer algo voltado para o ramo de saúde. “Me considero uma pessoa muito humana e essa área está diretamente ligada com o que eu gostaria de fazer, intervir de forma positiva na vida das pessoas”, relata.

Além de abrir oportunidades, a prova também serve como uma ótima base para testar conhecimentos. É pensando nisso, que a estudante do 2º ano do ensino médio, Ana Clara Del Monte, se inscreveu em 2018. Segundo ela, é uma prova “extensa” e serve para pegar experiência com esse tipo de complexidade. “Estou estudando bastante, então espero um bom desempenho”. Ela, que participou pela primeira vez no ano passado, relata que pretende prestar Matemática ou História e que o Enem, tendo em vista o ensino público, é uma prova “difícil”.

 

Depois da faculdade

Não é só quem está tentando entrar na faculdade que deve prestar o exame. A estudante do 5º termo de Engenharia Ambiental, Monalisa Xavier dos Santos, é um exemplo disso. Ela, que já fez a prova quatro vezes, ressalta que mesmo estando na graduação, é importante fazer a avaliação, principalmente aqueles que pensam em fazer concursos futuramente. “O Enem é uma prova que é muito parecida com concursos, então já serve como uma base”.

Segundo a estudante, com o passar dos anos o nível de dificuldade e a concorrência do exame estão aumentando e boa parte das coisas que caíram no ano passado, por exemplo, foi matérias que só viu na faculdade, principalmente nas áreas de química e física. Por isso, aconselha aos candidatos de primeira viagem a se prepararem para possíveis surpresas. “Às vezes, caem coisas que ninguém nunca imaginou que cairia”, orienta Monalisa. Sobre a redação, ela destaca que é importante se atentar a coisas que têm grande relevância na sociedade, como os temas dos anos anteriores relacionados à inclusão de deficientes auditivos e intolerância religiosa.

 

SAIBA MAIS

Para se inscrever no Enem, basta acessar o site: enem.inep.gov.br/participante, clicar em “Inscrições Enem 2018” e realizar a candidatura. Vale lembrar que qualquer pessoa que queira testar seus conhecimentos, sem o intuito de ingressar na universidade, pode fazer a prova como treineiro. A taxa é de R$ 82.

 

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