A Prefeitura de Presidente Venceslau informa que o Frigorífico Kamar, antigo Kaiowa, ainda não entrou em funcionamento por conta de questões burocráticas envolvendo documentações, alvarás ambientais e adequações. Desativado desde 1997, o empreendimento foi leiloado em julho de 2017, após tentativas frustradas de compra. Na época em que foi vendido, o prefeito Jorge Duran Gonçalez (PSD) anunciou que, de acordo com projeções da associação vencedora, a expectativa era reabrir o local em seis meses. No entanto, mesmo após a empresa anunciar a disponibilização de 500 vagas, as atividades de desossa seguem descontinuadas. O Executivo explica que, embora se trate de um empreendimento privado, “tudo que é do alcance do município está sendo resolvido pela administração para que o frigorífico comece a operar e gerar renda e emprego para a cidade”.
Em fevereiro, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) apontou que o pedido de licenciamento com razão social do frigorífico não fora protocolado. Em uma nova abordagem realizada em meados deste mês, o órgão acrescentou que o material arquivado sobre a empresa permanece inalterado. “Certamente, eles devem estar preparando o processo para, então, formalizá-lo”, considera.
Apesar de os trabalhos não terem sido retomados, a municipalidade aponta que quase 100 funcionários já trabalham diariamente no local a fim de viabilizar o funcionamento. A Prefeitura diz entender a “morosidade” do processo e analisa que todas as providências estão sendo tomadas para que as licenças sejam aprovadas e o frigorífico inicie suas atividades de maneira regular. Destaca também que a ideia inicial é que a empresa contrate aproximadamente 500 pessoas apenas com a operação do setor de desossa. “O funcionamento da empresa é de extrema importância para a cidade, uma vez que vai gerar um futuro melhor para muitos venceslauenses”, acrescenta.
A respeito dos avanços internos, o Executivo completa que tais informações só podem ser fornecidas pelos proprietários, cujas sílabas dos sobrenomes formam a nova denominação do frigorífico. Uma vez que a identidade dos empreendedores foi preservada no momento da compra, a reportagem tentou confirmá-la junto a dois possíveis envolvidos, no entanto, não conseguiu localizá-los.
Como se deram os fatos
De acordo com informações da Prefeitura de Venceslau, em janeiro de 2014, todo o complexo estava avaliado em R$ 51.535.643,26. Em março de 2016, a venda do frigorífico chegou a ser anunciada por R$ 26 milhões, menos da metade do pedido inicial, contudo, o pagamento não foi efetuado pelo comprador e o local acabou voltando para ser leiloado. Em julho de 2017, a aquisição da massa falida finalmente ocorreu. Avaliado em R$ 44.609.915,39, recebeu uma proposta no valor de R$ 21.603.966,15, correspondente a 48% do valor do imóvel.
Em outubro do mesmo ano, um comunicado feito pela administração trouxe esperança quanto à reabertura do espaço. Na época, o PAT (Posto de Atendimento do Trabalho) começou a receber currículos para os cargos de desossador, refilador, auxiliar de serviços gerais, operador de caldeira, mecânico, eletricista, operador da sala de máquina, faturista, financeiro, cozinheiro, PCP (planejamento e controle de produção), controle de qualidade, contador, porteiro e segurança. Em junho deste ano, o prefeito Jorge Duran Gonçalez visitou as dependências do frigorífico, onde 31 funcionários já trabalhavam nos setores de limpeza e serviços, conforme publicação feita pela administração naquele período.
SAIBA MAIS
ESTRUTURA DO COMPLEXO
Segundo a municipalidade, o empreendimento, localizado no km 619 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), no distrito industrial de Venceslau, possui uma área total de 367.547,94 metros quadrados, com 57.004,73 m² de área construída, que abrangem 54 itens descriminados, incluindo um grêmio para funcionários, com quadras esportivas, campo de futebol e área de lazer. Com falência decretada desde 1997, a unidade chegou a ter 1,2 mil funcionários.
