Rapaz de 29 anos é baleado durante briga familiar, em Presidente Prudente

De acordo com testemunha, a intenção era acertar o pai do rapaz, que é cunhado do autor; homem fugiu da residência, mas foi preso

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 23/12/2020
Horário 09:37
Foto: Arquivo/Roberto Kawasaki
Polícia Civil representou pela conversão da prisão em preventiva
Polícia Civil representou pela conversão da prisão em preventiva

Na noite de ontem, um rapaz de 29 anos foi baleado durante uma discussão familiar, em um imóvel na Rua Barão do Rio Branco, em Presidente Prudente. O acusado, 55 anos, é tio da vítima, e supostamente teria apontado a arma para o cunhado, mas acabou acertando o sobrinho.

No boletim de ocorrência, a Polícia Militar afirma que foi acionada para atender a uma tentativa de homicídio, e que o autor havia fugido do local. Diante das informações recebidas, os militares foram a Piquerobi onde supostamente estaria o acusado, mais precisamente em sua propriedade rural.

Ao chegar ao endereço, a polícia foi recebida por um funcionário do investigado que afirmou estar a caminho de Prudente, onde se encontraria com ele na casa de outra funcionária. Desta forma, os policiais retornaram à cidade, juntamente com a testemunha.

Foi então que no imóvel apontado pelo empregado, os militares encontraram o homem já dentro do imóvel. 

Versão do crime

De acordo com a polícia, o acusado relatou que se desentendeu com o sobrinho depois de ser agredido por ele no olho e na boca. Ainda, disse que, ao colocar a mão no bolso, disparou acidentalmente a arma que portava, tiro que acertou o jovem. 

Segundo a Polícia Militar, o investigado alegou ter comprado a arma no Paraguai, e que a teria dispensado em frente ao imóvel logo após o crime. Da residência ele saiu a pé, e foi para a casa da funcionária – que nega trabalhar para o homem. 

Por sua vez, o pai da vítima, que é casado com a irmã do acusado, afirmou que o relacionamento com ele “era amistoso, porém, sempre com o pé atrás”. Isso porque, segundo ele, o autor tem o costume de “resolver as coisas na brutalidade.

“Há uns 15 dias, [o cunhado] manifestou seu descontentamento [ao autor], uma vez que ele, mesmo combinando a aquisição de parte de uma herança de sua esposa mediante pagamento à vista, vinha, desde então, tentando convencê-la a vender parte do bem mediante pagamento parcelado, com o que não concordava”, explica Polícia Militar. Na época, não houve discussão porque o cunhado deixou o ambiente. Porém, desde então, ambos não conversavam mais. 

No dia do crime

Em relação ao ocorrido na noite de ontem, o cunhado disse que a esposa conversava com o indiciado no imóvel, quando em determinado momento ela o chamou para participar. Na momento em que abriu a porta que separa os ambientes, disse: “vocês sempre ficam de conversa escondida”, o que foi contestado pelo autor.

Ainda conforme o relato, a acusação continuou, até que o indivíduo se levantou, retirou do bolso uma arma de fogo e a apontou para o rosto do cunhado. Assim, a mulher se pôs entre a dupla para defender o marido.

Ao perceber a situação, o filho do casal entrou e começou a afastar o tio. Visto que o homem não se afastava, desferiu um soco contra ele. De acordo com o relato do cunhado, o homem disparou contra o jovem, mas que a intenção era atingi-lo. O tiro acertou a região das costas e, de imediato, foi socorrido pela irmã, que é médica.

Na sequência, o pai da vítima empurrou o autor para fora da casa e trancou a porta. Como o portão estava trancado, ele retornou e pediu para a irmã destrancar, o que foi feito.
A vítima foi internada na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, onde segue em estado de saúde é estável.

Segundo a Polícia Civil, as testemunhas foram ouvidas, exceto o jovem. “Em síntese, relataram os fatos de forma semelhante. O indiciado, acompanhado de seus defensores, relatou os fatos a seu modo, negando que tivesse a intenção de ceifar a vida de qualquer de seus familiares, inclusive da vítima”, afirma a delegacia. 

Ao término da ocorrência, o homem teve a prisão em flagrante ratificada e representada pela prisão preventiva. Se condenado, responderá pelos crimes de tentativa de homicídio e porte/posse ilegal de arma de fogo. O armamento usado para o disparo foi apreendido e será periciado. 

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