Região evolui em indicadores de responsabilidade social

Elaborado pela Fundação Seade e a Alesp, levantamento mostra a situação da riqueza municipal, longevidade e escolaridade dos municípios em 2018; destaque ficou na educação

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 18/12/2019
Horário 04:00

A cada dois anos, a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), em parceria com a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), elabora o IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social), que verifica e classifica a situação da riqueza municipal, longevidade e escolaridade dos municípios. Na 10ª edição, divulgada recentemente, mostra que a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, cuja sede é Presidente Prudente, evoluiu na média de todos os índices, com destaque para o último, que envolve a educação (veja tabela abaixo). Os números analisam o ano de 2018 e a comparação é feita com 2016, uma vez que a pesquisa é realizada a cada dois anos.

A partir do levantamento, a Fundação Seade pontua cada índice de 0 a 100 e, dentro de cada patamar, a situação pode resultar em uma categoria baixa, média ou alta. Pensando nisso, o pior cenário da região está na riqueza municipal, com 30 pontos. De 2016 a 2018, o número foi de 29 a 30, mas ainda é baixo. Por outro lado, a longevidade, que também cresceu um ponto: 71 para 72, foi da categoria media à alta. E, por fim, a escolaridade se destacou, e apesar de permanecer na categoria média, foi de 54 a 58 pontos.

Ao analisar os dados, o presidente da Unipontal (União dos Municípios do Pontal do Paranapanema), prefeito de Presidente Venceslau, Jorge Duran Gonzalez (PSD), acredita que, mesmo que pareçam evoluções baixas, isso mostra um esforço dos municípios. “Há uma intensificação com a ideia de se promover um atendimento melhor na área da saúde, educação, que vai refletir nos índices”, completa.

Contudo, o fato de não haver uma evolução maior esbarra no pior dos índices: riqueza municipal. Como a região está na categoria baixa, e Duran reafirma que esse realmente é o cenário, a falta de recurso implica, sim, no desenvolvimento das demais áreas. “Infelizmente, a região é uma das mais pobres do Estado. E aí é que está o problema: o empobrecimento dos municípios”, frisa.

A reportagem também tentou repercutir os dados com a Amnap (Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista), mas não obteve sucesso até o fechamento desta matéria.

IMPORTÂNCIA

DA EDUCAÇÃO

Como foi observado, a maior evolução ficou nos índices da escolaridade. Aos olhos da professora e doutora em educação infantil, Onaide Schwartz  Mendonça, isso é algo bom, principalmente “por sermos uma região carente”. E, para ela, isso é sinônimo de que as pessoas realmente estão tendo uma percepção maior sobre a importância da educação. “A mão de obra brasileira é totalmente desqualificada. À medida que a sociedade vai entendendo a necessidade de estudar e de se qualificar, ela se propõe a se esforçar mais”, complementa.

O contrário desse cenário é resultado de uma cultura de que estudar é ruim, e que segundo Onaide existe e está empregada pelo entorno também. “Algumas pessoas pensam que gasto com educação é despesa. Mas não, é investimento. A gente precisa mudar isso e investir mais. Sem uma educação forte não teremos uma economia equivalente”, ressalta.

Destaques positivos e negativos

Neste ano, em termos de riqueza municipal e longevidade, Sandovalina é o município com maior ponto, 45 e 89 respectivamente. Ambos nas categorias altas. Já em escolaridade, o maior deles ficou na cidade de Tupi Paulista (80). Por outro lado, Pracinha tem o pior índice de riqueza (18) e Flórida Paulista na longevidade (43) e escolaridade (45)

SAIBA MAIS

- Para o indicador de riqueza municipal são usados registros administrativos fornecidos anualmente pelas Secretarias da Fazenda e Planejamento e da Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, do Ministério da Economia e do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social);

- Para o indicador de longevidade, empregam-se projeções populacionais, dados do Registro Civil (de óbitos e nascimentos) e estimativas produzidas pela Fundação Seade;

- Para o indicador de escolaridade, utilizam-se dados provenientes do Censo Escolar e do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica).

SITUAÇÃO DA 10ª RA – 10ª EDIAÇÃO DO IPRS

Municípios

2016

2018

Riqueza

Longevidade

Escolaridade

Riqueza

Longevidade

Escolaridade

Estado de São Paulo

44

72

51

44

72

53

Adamantina

37

71

59

38

72

61

Alfredo Marcondes

27

67

63

28

63

61

Álvares Machado

30

72

42

31

67

53

Anhumas

25

73

60

25

68

60

Caiabu

22

82

46

23

80

52

Caiuá

23

70

44

23

72

48

Dracena

35

76

59

36

71

67

Emilianópolis

24

83

50

25

69

57

Estrela do Norte

29

84

68

29

84

68

Euclides da Cunha Paulista

21

60

42

21

63

51

Flora Rica

25

79

56

26

85

50

Flórida Paulista

26

55

54

26

43

45

Iepê

32

78

52

33

72

55

Indiana

24

60

57

25

66

67

Inúbia Paulista

36

78

48

37

79

65

Irapuru

23

67

48

24

65

61

Junqueirópolis

36

77

74

37

76

79

Lucélia

34

73

59

34

72

59

Marabá Paulista

26

75

53

27

74

49

Mariápolis

22

61

44

23

68

50

Martinópolis

29

66

57

30

73

61

Mirante do Paranapanema

32

68

53

32

81

58

Monte Castelo

26

78

59

27

78

66

Nantes

31

70

54

32

69

59

Narandiba

38

80

52

38

77

59

Nova Guataporanga

23

64

66

24

66

77

Osvaldo Cruz

35

71

59

36

69

58

Ouro Verde

24

70

57

24

68

54

Pacaembu

26

60

56

27

70

58

Panorama

29

63

55

30

65

58

Paulicéia

37

70

54

38

74

53

Piquerobi

25

71

59

26

71

57

Pirapozinho

31

73

54

31

73

59

Pracinha

19

80

53

18

73

55

Presidente Bernardes

30

76

44

30

71

50

Presidente Epitácio

32

68

53

33

66

54

Presidente Prudente

40

72

55

41

70

62

Presidente Venceslau

31

69

62

31

75

62

Rancharia

35

65

56

36

67

63

Regente Feijó

35

74

60

35

77

63

Ribeirão dos Índios

22

79

49

23

83

48

Rosana

37

74

46

38

73

53

Sagres

26

67

65

26

71

62

Salmourão

25

60

49

26

65

49

Sandovalina

45

84

50

45

89

51

Santa Mercedes

26

77

52

27

82

59

Santo Anastácio

31

68

49

31

62

53

Santo Expedito

22

66

39

23

64

45

São João do Pau d'Alho

28

73

66

29

74

71

Taciba

27

74

59

28

78

59

Tarabai

25

69

42

26

74

46

Teodoro Sampaio

32

72

52

33

67

56

Tupi Paulista

29

66

61

30

71

80

MÉDIA DA REGIÃO

29

71

54

30

72

58

Fonte: Fundação Seade

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