Registro de pragas urbanas cresce em Prudente

Em 2017 foram 968 casos de aparecimento de escorpião em residências, enquanto que em 2018 houve 1.410 identificações

PRUDENTE - PÂMELA BUGATTI

Data 04/01/2019
Horário 06:58
Arquivo - Zona leste de Prudente tem alto índice de escorpiões, aponta CCZ
Arquivo - Zona leste de Prudente tem alto índice de escorpiões, aponta CCZ

O ano de 2018 foi marcado por um crescimento constante das infestações das pragas urbanas em Presidente Prudente, como baratas, formigas, cupins, moscas, pernilongos, ratos e escorpiões. Entre todas elas, o escorpião foi o mais recorrente: de acordo com o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), em 2018, foram registrados 1.410 aparecimentos de escorpiões em propriedade privada, enquanto que, em 2017, a incidência foi de 968 casos durante o ano todo – ou seja, houve um aumento de 45,66% nos casos. Conforme o CCZ, a presença de escorpião se alastra pela cidade, mas atualmente existe uma alta concentração na zona leste do município.

Como noticiado por este diário, o número de acidentes por animais peçonhentos na região em 2018 superou em 7,84% o total contabilizado em todo o ano passado nos GVEs (Grupos de Vigilância Epidemiológica) de Prudente e Presidente Venceslau, que, juntos, atendem os 45 municípios do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde). De acordo com dados atualizados pela Secretaria de Estado da Saúde em 8 de novembro, foram catalogados 1.529 casos em 2017, número que saltou para 1.649 de janeiro a outubro deste ano. Entre as ocorrências, estão ataques de origem ignorada ou não apontada, serpentes, aranhas, lagartas, abelhas e escorpiões, sendo estes aracnídeos os responsáveis pela maior quantidade de notificações nos dois períodos.

O médico veterinário João Enrique Carvalho Leite explica que as pragas urbanas multiplicam no verão, pois é uma época de muito calor e chuvas. “A estação contribui muito para a reprodução da maioria das pragas urbanas”. Elas se proliferam desordenadamente e oferecem risco à saúde humana.

Além dos incômodos causados por picadas e zumbidos, João destaca a preocupação pela transmissão de doenças como febre amarela, leptospirose, chikungunya, hantavirose, peste bubônica, verminoses, desinteira e febre tifoide (veja o gráfico).  “As pragas contaminam alimentos e podem até levar à morte”. Por isso é necessário evitar algumas situações de risco, como acúmulo de água parada e acúmulo de lixo, mateiras e tijolos. O veterinário acrescenta que as pessoas devem ter um grande cuidado com restos de comidas, pois atraem baratas, que é o principal alimento do escorpião.

Cuidados

Com a preocupação do aumento destas infestações, o veterinário fala que toda a equipe que comparece na residência faz ações educativas. “Muitas vezes, o morador relata o aparecimento da praga e nós vamos até o local, orientamos os principais pontos de vulnerabilidade da propriedade”. Mas quando são denúncias de terrenos em péssimas condições, a equipe comparece ao local, orienta, e se nenhuma medida for tomada pode acarretar multas. João alerta que o cuidado com pragas está relacionado com o manejo ambiental. “O cidadão deve cuidar do ambiente em que ele vive”. O acúmulo de entulhos e folhagem ajuda a proliferação de insetos, causando um desequilíbrio ambiental. O médico veterinário complementa que o ideal é que as pessoas façam a prevenção colocando telas nas janelas, e protetor de rodapé.

ORIENTAÇÕES

* Recolher o lixo e armazenar em ambientes adequados;

* Tapar frestas de buracos e azulejos a fim de impedir que sirvam de abrigos para as pragas;

* Limpar com frequência os ralos, mantendo bem fechados os menos utilizados;

* Não acumular entulhos pelo quintal;

* Não deixar água parada;

* Procurar empresas especializadas para o controle de infestações.

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