Representando o Nordeste no Fentepp, Cia Pão Doce se apresenta na Nove de Julho

De acordo com coordenador do festival, Denilson Biguette, a ideia de levar o espetáculo para a praça é resinificar espaços públicos

VARIEDADES - SANDRA PRATA

Data 17/11/2018
Horário 04:00
 José Reis: 5 atores caracterizados com bancos nos pés fizeram a alegria dos que passaram pela praça
 José Reis: 5 atores caracterizados com bancos nos pés fizeram a alegria dos que passaram pela praça

 

 

As apresentações do 24º Fentepp (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente) seguem a todo vapor. Na manhã de ontem foi a vez da Cia Pão Doce abrilhantar o palco do Teatro Arena na Praça Nove de Julho em Presidente Prudente. Única representante do Nordeste no festival, a Cia de Mossoró (RN) trouxe ao público o espetáculo “A Casatória C’A Defunta” e repete a dose hoje às 18h no Sesc (Serviço Social do Comércio) Thermas. De acordo com o coordenador do evento, Denilson Biguette, levar o espetáculo para a rua é fazer jus a uma das principais características do festival, a de “resinificar espaços públicos”. Segundo o mesmo, o objetivo é fazer com que as pessoas que tiraram um tempo do dia para assistir não voltem, nunca, a ver a praça apenas como uma edificação e concreto. “Queremos que as imagens e detalhes do espetáculo fiquem enraizados nas memórias”.

O espetáculo traz cinco atores, os chamados “pés-de-banco”, que contam a história de Afrânio. Este que, famoso por ser medroso, se casa com uma fantasmagórica moça de branco por engano. Responsável por leva-lo ao submundo, nessa caminhada, Afrânio faz grandes amigos e se mantém firme em um único objetivo: lutar pelo amor de sua vida –sua verdadeira noiva- custe o que custar. Denilson, que estava na plateia maravilhado com a peça, destaca a emoção que os atores conseguem passar aos espectadores. “É um grupo muito talentoso”, comenta.

Na plateia, vidrada no palco e com o filho no colo, Ane Barbara Pereira, 29 anos, conta que sempre que pode visita o Centro Cultural Matarazzo ou o Sesc Thermas em busca de iniciativas culturais. Ela, que soube da apresentação por meio do Facebook do Fentepp, levou o marido e o pequeno Samuel, de três anos, para prestigiar o espetáculo. “É importante incentivar que ele tenha contato com a cultura desde novo, a arte, o teatro, muda a nossa visão de mundo, faz com que a gente veja a vida com outros olhos, é essencial para a construção humana ter uma visão ampla sobre as coisas”, explana. Com isso, denota que a cidade é uma boa fomentadora de cultura, porém, é preciso que exista mais interesse por parte da população. “Sempre vejo eventos no Facebook, eles existem, as pessoas é que estão um pouco alienadas a isso”, pontua.

Mas nem todo mundo estava por dentro do que iria rolar na praça, Elisa Aparecida Caetano, 35 anos, por exemplo, descobriu a peça quando estava passando pelo local e decidiu parar. Moradora de Anhumas, revela que não vem muito a Prudente e que não vê esse tipo de ação em sua cidade. “Estava passando por aqui e achei bonito, chamativo, é algo que as pessoas não valorizam muito e deveriam”, acentua. A diversão e o entretenimento está presente em todos os locais e idades. Prova disso é a prudentina Ivone Sanches, 60 anos, que, assim como Elisa, não tem muito contato com a arte. De acordo com ela, o teatro ensina coisas, mas nem todos possuem disponibilidade de ir a um local para assistir. “Por isso é interessante que tragam para a rua, é uma peça muito bonita, os atores são muito talentosos”, frisa.

 

Para os mais novos

Júlia de Campos Vitorino, 8 anos, estava acompanhada da tia e atenta ao espetáculo. Segundo a pequena, estava passando pelo centro e se deparou com a peça que – pelo barulho e instrumentos – chamou sua atenção. “Gostei muito dos personagens, são engraçados, vi e pensei que parecia legal, era mesmo”, conta. Embora participe de algumas peças de teatro com a escola, Júlia relata que nunca viu nada parecido com o espetáculo da manhã de ontem. “É muito alegre”, reforça.

Já a jovem de 13 anos, Gabrielle Latorre Dias, está inserida no mundo do teatro desde jovem. Ela, que faz aulas de teatro, avalia o espetáculo como “muito bom e recheado de artistas talentosos”. Segundo a mesma, é essencial que exista essa descentralização cultural porque o teatro muda vidas e transforma pessoas. Diz isso de experiência própria, já que foi na arte que aprendeu “a ser menos tímida e se expressar melhor no mundo em que vive”, expõe.

 

OLHO

Estava passando por aqui e achei bonito, chamativo, é algo que as pessoas não valorizam muito e deveriam

Elisa Aparecida Caetano

 

BOX

Programação de hoje

 

Oficina: Captação de recursos, introdução, planejamento, prospecção, vendas, fechamento e pós venda

Horário: 10h às 12h e 14h às 18h

Local: Sala de Cinema Condessa Filomena Matarazzo no Centro Cultural Matarazzo

 

Oficina: O ator na linguagem do cinema

Horário: 15h às 19h

Local: Auditório Sebastião Jorge Chammé no Centro Cultural Matarazzo

 

Apresentação: A Casatória C’A Defunta

Horário: 18h

Local: Sesc Thermas

 

Sarau da URBE

Horário: 18h

Local: Boulevard “Os sombras e os temperamentais” no Centro Cultural Matarazzo

 

Suassuna – O Auto do Reino do Sol

Horário: 20h

Local: Teatro Paulo Roberto Lisboa no Centro Cultural Matarazzo

 

Show Musical: A Delirante Coragem

Horário: 21h30

Local: Boulevard “Os sombras e os temperamentais” no Centro Cultural Matarazzo”


 

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