“Era um sonho e eu conquistei. Foi a vida que escolhi. Quem faz por amor não trabalha”, explica o subtenente do 8º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), Valdemir Otávio dos Santos, que atua há 35 anos na Polícia Militar no Estado de São Paulo. Além de ser uma grande referência para a corporação militar, ele também exerce a função de docente no CPI-8 (Comando de Policiamento do Interior).
Apaixonado pela carreira militar, ele entrou no Exército Brasileiro em 1984. Após um período de trabalho, em 1986, incorporou na Polícia Militar no Estado de São Paulo onde atuou na modalidade de policiamento para atendimento de ocorrências de maior complexidade.
Com a instauração do 8º Batalhão de Ações Especiais de Polícia, modalidade policial onde atua atualmente, o subtenente exerce a função de comandante de equipe da viatura quatro rodas – dentro de um pelotão – com foco no patrulhamento tático de missões que saem da demanda do patrulhamento “normal”, ou seja, ocorrências de maior complexidade. “Na região, atuamos em diversas ocorrências como combate ao tráfico de entorpecentes e roubo, que, ao tomar conhecimento vamos trabalhar para que se consiga deter o portador do delito, por exemplo”.
Com a finalidade de proteger a sociedade, os bens públicos e privados, coibindo os ilícitos penais e as infrações administrativas, o Baep tem como principais objetivos aperfeiçoar e intensificar as ações especiais de polícia. “Hoje, quando uma pessoa vê uma viatura ela sabe que naquele momento ela tem segurança. Ela sente que a vida e o seu patrimônio estão seguros e preservados. Nós estamos ali dar a nossa vida, para que a pessoa sinta isso”, explica o subtenente.
Neste período de atuação várias ocorrências marcaram a carreira policial de Otávio, como resgatar uma criança após o roubo de um veículo. “Com o tempo a gente consegue lhe dar emocionalmente com vários tipos de ocorrências, mas as que mais marcam são aqueles que envolvem crianças”, explica. “Antes mesmo de sair para as ruas, temos que nos preparar mentalmente para que a gente consiga estar presente e garantir a segurança da sociedade e também do efetivo policial”, acrescenta.
Ao longo dos 35 anos de carreira policial, o subtenente realizou mais de 25 cursos de especialização em modalidades de segurança e se tornou uma grande referência para corporação. Hoje, além de atuar no 8º Baep, ele exerce a função de docente no CPI-8.
Passar o seu conhecimento a diante é mais uma forma de contribuir com o ofício policial, explica Otávio. “O policial tem que estar motivado e gostar do que está fazendo. Eu os preparo para que na hora de estresse e da adrenalina eles tenham condições de realizar aquilo que treinaram em situações tranquilas. O policial treinado consegue resolver qualquer situação”, afirma ao reforçar a necessidade de se especializar, confiar no treinamento e ter o propósito de ajudar a sociedade.
O subtenente poderia ter se aposentado a 8 anos, mas continuou por amor ao ofício policial. “Era um sonho e eu conquistei. Foi a vida que escolhi. Quem faz por amor não trabalha”, explica.