Nas penitenciárias do Estado de São Paulo, programas de ressocialização de reeducandos são disponibilizados com frequência É por meio da participação voluntária que essa oferta abre portas para que os privados de liberdade tenham uma oportunidade de mudarem os rumos de suas vidas – pontapé que já começa dentro das próprias unidades prisionais e que, dependendo da aceitação dos participantes, seguirá para quando estiverem do lado de fora das muralhas.
São inúmeros os projetos que possibilitam a ressocialização dos presos, desde aqueles que envolvem oficinas técnicas de trabalho (pintura, consertos e confecções), até os que incentivam a leitura e produção de redações. Um exemplo recente está na iniciativa da participação no curso sobre Educação para a Paz, que iniciará amanhã, no CDP 2 (Centro de Detenção Provisória) de Pacaembu. O encontro virtual traz uma série de workshops que ajudam pessoas a descobrirem a própria força interior e paz pessoal.
Parece algo banal para quem está do lado de fora. Mas, para aqueles que precisam de ajuda por detrás das grades, é uma oportunidade e tanto de enxergar a vida com outros olhos. Em 2019, a reportagem chegou a acompanhar presencialmente o programa Lendo a Liberdade, na Penitenciária de Presidente Bernardes, cujo objetivo é a produção de resenhas críticas após leituras de livros. Na oportunidade, foi possível perceber o grau de conhecimento adquirido pelos participantes, pela simples troca de ideias e apresentações dos conteúdos lidos por eles.
É por meio desse incentivo que os privados de liberdade poderão traçar um novo plano para suas vidas. Porém, vale lembrar que não adianta o esforço do Estado para que eles participem e tentem uma nova chance, pois essa percepção é algo pessoal e pode demorar um certo tempo para que de fato seja colocada em prática – levando em conta a história de vida de cada um. Mas, a oportunidade está lançada, e cabe aos participantes o desejo de seguirem em frente com o que lhes foi dado.
