A procura pelo álcool 70% (nas formas líquida e em gel) foi intensa durante as primeiras semanas de março, quando a pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil. Isso porque o produto é eficaz para higienizar ambientes e o próprio corpo, a fim de evitar uma possível contaminação pela doença. Diante disso, passou a ser transportado e armazenado de diferentes maneiras. Porém, algumas delas oferecem riscos que podem ocasionar acidentes graves, se depender da temperatura de exposição.
É o que o explica o 1º-tenente PM Marcos Antônio Machado Junior, do 14º Grupamento de Bombeiros em Presidente Prudente. “Considerando que nas duas formas do álcool ele é inflamável, ou seja, de fácil combustão, a recomendação é de que o produto não seja deixado próximo de fontes de calor, fogões, equipamentos elétricos, para não haver risco de incêndio”, orienta.
De acordo com o tenente, o álcool líquido é mais propício a entrar em combustão, uma vez que libera mais vapor que no estado em gel. “Para ambas as formas atingirem o ponto de ignição, ou seja, entrar em combustão somente com a temperatura interna de um ambiente natural, é muito difícil, pois precisaria de muita caloria para que isso acontecesse”, expõe ao citar como exemplo o produto dentro de um carro, exposto ao sol. “Mas, se esses vapores ou o próprio álcool for exposto a uma pequena centelha/faísca, entrará em combustão com muita facilidade”.
ORIENTAÇÕES QUE EVITAM ACIDENTES
Os cuidados para manuseio do álcool também devem ser levados em conta. Em Prudente, no dia 17 de abril, conforme o tenente Machado, um homem de 53 anos passou o álcool em gel nas mãos e, em seguida, foi manusear o fogão. A ação resultou em queimaduras. “É importante não manusear qualquer tipo de fogo logo após utilizar o produto nas mãos”, orienta. “Lembrando que a melhor forma de higienização é com o uso de sabão”.
Outra dica é não deixar os produtos ao alcance de crianças, principalmente as mais pequenas, para não correr o risco de elas ingerirem o álcool. Ainda, é importar evitar deixar exposto ao sol para que o álcool não evapore e perca sua eficiência. E para aqueles que armazenam o produto em garrafas pet, a orientação é para que encontrem embalagens adequadas em conformidade com o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que dificultam a evaporação e troca gasosa com o ambiente.
