Assunto candente esses dias é o da restrição de cultos e missas com presença física de fiéis no templo. Trocando ideias com um amigo padre, ele considerou: “este é o momento da Sexta-feira Santa: não há CULTO, pois a morte abateu até o Filho de Deus. Deus não quer a morte dos seus filhos e filhas”.
Quem é de fora da instituição religiosa jamais vai consentir à necessidade das pessoas se agregarem para louvar e adorar a Deus. Ponto. A questão de momento não deveria ser patrocinar a religião do cada um por si e Deus por todos. Não é isso.
Rezar em casa é válido, justo, salutar. A Igreja passou tanto tempo incentivando as pessoas a se unirem em família ou com vizinhos para rezar juntos, partilhar da Palavra de Deus e da vida quotidiana... Agora, forçados pela situação, isso parece ter perdido o valor. Mas não. Agora é a hora.
Não vejo no horizonte um projeto para retirar a liberdade religiosa ou de culto. Sou favorável à suspensão dos encontros presenciais; aqui em nossa cidade e no Estado a situação da pandemia ainda é grave. De todo modo, não há que se menosprezar o papel das igrejas e da religião na vida do povo. São cerca de 90% de gente crente.
As vozes que formam opinião não podem simplesmente ignorar isso. Há muita confusão entre fé, religião e espiritualidade. E a má vontade de muitos a considerar o ser humano religioso como sujeito racional, inteligente e de diretos, é grande. O curioso é ver gente descrente tentando ensinar como ser crente.
Nossa Diocese, conforme os decretos do Estado e do município, mantém as celebrações da Santa Missa com o mínimo de pessoas necessário e transmitidas pela internet. A hora exige cuidados. O momento é de exceção. Os padres criam novas formas de manter a comunidade unida e a fé alimentada. O amor é cuidadoso e criativo.
Mas entre nós também há os que pensam diferente de mim e das autoridades eclesiásticas. Entretanto, em espírito de unidade, visando ao bem do povo de Deus, não podemos avançar sinais. Nossos templos estão abertos para orações pessoais. Nossos serviços pastorais de caridade, mais que nunca, funcionam...
A catequese se mantém com os recursos ora disponíveis e muita criatividade da miríade de voluntários catequistas e leigos. Os padres acolhem, aconselham, celebram, vão a velórios, hospitais, famílias e administram as paróquias... Como pessoas de fé convém rezarmos ao Senhor –seja de casa ou do templo– implorando-Lhe misericórdia sobre todos nós para termos vida e saúde e voltarmos ao templo para celebrar juntos como irmãos.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!