Sarau da APE chama atenção da sociedade com temas reflexivos

De acordo com Freixo, “Catraca”, abordado no último encontro se conecta com e “Refugiados”, assunto desta noite; o primeiro é a realidade constante do segundo

VARIEDADES - SANDRA PRATA

Data 18/08/2018
Horário 04:00
Divulgação / Maurício DS - Temas trazem boa carga de reflexão e crítica ao cotidiano social
Divulgação / Maurício DS - Temas trazem boa carga de reflexão e crítica ao cotidiano social

Hoje, o Auditório Sebastião Jorge Chammé no Centro Cultural Matarazzo recebe, às 19h30, o 115º Sarau Solidário da APE (Associação Prudentina dos Escritores). A entrada será 1kg de alimento que será doado para o S.O.S (Serviços de Obras Sociais) Criança. O evento já é tradição para os amantes de literatura e ocorre sempre aos terceiros sábados de todos os meses. Desta vez, o tema abordado será “Refugiados”. Que, segundo o presidente da associação Carlos Francisco Freixo, se complementa com o anterior “Catracas”.

Para falar sobre a temática escolhida, Freixo cita o historiador Leandro Karnal que diz: “O Brasil é um mosaico. Houve migrações internas [grupos indígenas da Amazônia que foram para o sul]; migrações forçadas [os africanos] e àquelas para melhores condições de vida [como a maioria dos europeus]. Por este motivo vejo a necessidade de abordar o tema ‘presente, atual e necessário’”, destaca.

Em relação aos conteúdos dos textos, o presidente adianta que o público pode esperar muita emoção, conhecimento e reflexão dentro de uma perspectiva mais lírica. Entre os gêneros, ele menciona as crônicas, poesias, letras de música e textos jornalísticos.

“Com certeza quem for ao Sarau perceberá que a intenção nunca é esgotar por completo o tema e sim causar reflexão e instigar o senso crítico. O objetivo é fazer com que saiam do local pensando, refletindo e questionando-se sobre coisas do dia-a-dia”, comenta.

Conexão de temas

De acordo com Freixo, os temas “Catraca” e “Refugiados” se conectam uma vez que o primeiro é a realidade constante do segundo. “A ideia que abordamos no mês passado era referente à dificuldades de passar por certas barreiras, como proibições sociais e a superação em continuar caminhando apesar disso. Os refugiados vivem essa guerra constante contra barreiras impostas”, expõe.

Além disso, conforme Freixo, no caso dos refugiados, a expectativa de passar pelas barreiras é sempre na ideia de uma vida melhor.  “É ainda mais difícil conseguir superar esses obstáculos, uma vez que, existem outros fatores que influenciam nisso [como barreiras linguísticas, sociais e financeiras] então é nisso que queremos aprofundar”, acentua.

Freixo pontua que apesar de não se tratar de uma temática que se aplica ao cotidiano regional de Presidente Prudente, ainda assim é uma pauta relevante de ser trabalhada. “Não vivemos com essa realidade, aqui todos são muito bem inseridos socialmente, mas é algo que ocorre em outros lugares do país e do mundo. É uma realidade mundial, não podemos fechar os olhos para isso, o Brasil é uma mescla de todos os povos”, complementa.

E essa é a função, segundo ele, do sarau, abrir olhos, ampliar pensamentos e reflexões acerca do cotidiano coletivo. “As pessoas precisam entender com coisas que lidamos diariamente, entender outros seres humanos, outras condições de vida. Independente de termos isso em nossa realidade ou não, temos que ter empatia por outras vivências, estamos em 2018, mas parece que nem começamos a compreender a humanidade”, pontua.

115 reflexões

De acordo com Freixo a ideia de criar uma associação de escritores e também de um sarau literário foi inicialmente agrupar amantes da escrita e auxiliar na divulgação do trabalho de autores locais. Entretanto, com o passar do tempo, percebeu a necessidade de incentivar constantes reflexões na população.

“A arte precisa ser divulgada, não pode ficar guardada em uma estante, nós temos um olhar mais aberto sobre o mundo e pontos de vistas que podem contribuir para a formação crítica de outras pessoas, a leitura fomenta ética, cidadania e reflexões conscientes”, acentua.

 Divulgação / Maurício D’S - Freixo diz que tema da última edição, “Catracas” se complementa ao desta, “Refugiados”

Próximo sarau

O próximo Sarau Solidário da APE já tem tema definido. “Raízes Prudentinas e da Alta Sorocabana”. Na ocasião também haverá a premiação do Troféu Benjamin Resende que, segundo Freixo é uma forma da associação reconhecer o trabalho realizado por artistas e escritores da região.

“Esse sarau mantemos como tradição. É a hora de olharmos para nossa região e ver a qualidade das produções que existem em todas as áreas, artesanato, literatura, dança, teatro, cinema, fotografia, entre outras. É um troféu de carinho e agradecimento para artistas que se esforçam em seus trabalhos e muitas vezes não têm o devido reconhecimento. É sempre um momento especial de homenagens, de conhecer novos trabalhos. Ainda estamos confirmando, mas serão aproximadamente 30 homenageados de diversas áreas”, adianta.

“Com certeza quem for ao Sarau, vai perceber que a intenção nunca é esgotar por completo o tema e sim causar reflexão, instigar o senso crítico”

Carlos Francisco Freixo

presidente da APE

 

PARTICIPANTES DO SARAU

Cenário – Celso Aguiar

Fotografia – Maurício D’S

Música – Felipe Farah, José Júlio Samogim, Cida Ajala, Rodrigo Campos

Teatro – Ângela Afonso, Fábio Santana Luiz

 

Literatura

Altino Correia,

Ângela Afonso,

Apparecida Soares Correia,

Carlos Francisco Freixo,

Célia Marli Raimundo,

Cida Girotto,

Cleusa Cardoso,

Eliane Vani Ortega,

Fábio Santana Luiz,

Felipe Andrade Farah,

Helena Cararo,

Neucélia Félix,

Rafael de Campos,

Rodrigo Campos,

Willians Ventura

Divulgação / Maurício D'S - 15 escritores são associados, mas tem espaço a outros que queiram participar

 

 

 

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