Sem acordo, 500 servidores de Epitácio permanecem em greve

REGIÃO - Victor Rodrigues

Data 27/01/2016
Horário 05:24
 

A greve dos servidores municipais de Presidente Epitácio ganhou mais adesão. Em seu segundo dia, o número de grevistas, que estava na casa dos 300, passou para cerca de 500. No terceiro dia de paralisação, os funcionários deverão se reunir novamente em frente ao Paço Municipal para cobrar medidas da gestão. O prefeito Sidnei Caio da Silva Junqueira, Picucha (PSB), afirma que na manhã de ontem conversou representantes do Sindiserpe (Sindicato dos Servidores Públicos de Presidente Epitácio). "Foi proposto que as faixas do pagamento escalonado sejam reavaliadas, de forma que os funcionários efetivos recebam primeiro, e os cargos comissionados, depois. Vamos analisar", comenta.

O prefeito explica que o pagamento tem sido feito em quatro faixas. Aqueles cujo salários são de até R$ 1 mil, recebem primeiro; entre R$ 1.001 e R$ 2 mil, na sequência; entre R$ 2.001 e R$ 3 mil, por conseguinte; e acima de R$ 3 mil, recebem depois. As datas não estão certas, mas, no geral, os pagamentos são liberados na segunda semana de cada mês.

Jornal O Imparcial
Prefeito de Presidente Epitácio e representantes dos servidores se reuniram na manhã para tentar novo acordo
Cedida/ Prefeitura de Presidente Epitácio

A greve dos funcionários reivindica justamente o fim do pagamento escalonado, atrasos e o retorno do depósito dos salários no quinto dia útil de cada mês. Cláudio Pereira dos Santos, presidente do Sindiserpe, comenta que alguns salários referentes a dezembro serão pagos no dia 27, e isso tem gerado problemas financeiros, com pagamento de juros e correção monetária nos bancos. Outro caso recente foi o pagamento do 13º, que deveria ter sido quitado até dia 20 de dezembro, mas foi depositado somente no dia 14 de janeiro.

Os protestos nas últimas semanas têm ocorrido de forma pacifica. "Conversamos novamente, mas o prefeito ainda mantém o mesmo argumento, sem avanços, por enquanto. Esperamos que amanhã , ele tenha alguma alternativa para nos apresentar", frisa Cláudio.

A Prefeitura alega que não pode atender o pedido da categoria em virtude da falta de recursos provocada pela crise financeira e queda na arrecadação. Argumenta ainda que teve de assumir parte da dívida deixada pela administração anterior, no valor de R$ 10.110.265,04, e déficit na entrada de Receitas Correntes Líquidas, somada aos efeitos da alta inflação do ano de 2015, que juntos somaram R$ 10.623.790,23, totalizando um déficit geral do triênio 2013/2015 no valor de R$ 20.734.055,27.

Picucha afirma que com o novo sistema de cobrança de dívidas ativas em impostos com protesto em cartório, a administração deverá recuperar dinheiro, e prevê que em aproximadamente quatro meses os salários voltarão a ser pagos no quinto dia útil.
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