Se for parar para pensar, Presidente Prudente nunca esteve em quarentena. Apesar das medidas impostas pelos governos estadual e municipal, muitos cidadãos fecharam os olhos, cruzaram os braços e disseram não estar “nem aí” para a situação. Para comprovar a afirmação, basta resgatar as taxas de isolamento na região que não alcançavam o recomendado de 70%. Agora, em pleno colapso da saúde regional, o índice de isolamento na quinta-feira chegou a 33%.
Em boa parte do Estado de São Paulo, as mortes e confirmações da Covid-19 estão estabilizados, no entanto, a região oeste sofre com as oscilações. Assim como ocorreu em dezembro, a ocupação da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) esgotou em Prudente, sendo que no levantamento divulgado na quinta-feira, em toda a região, a ocupação chegou a 91,3%. Isso quer dizer que há muito mais pessoas internadas em estado grave, levando em consideração a quantidade a mais de leitos disponibilizados nos últimos meses.
Enquanto muitos lutam pela sobrevivência, e famílias choram enlutadas as perdas de seus entes queridos, há aqueles que mesmo após quase um ano de pandemia, ainda fingem que nada aconteceu e seguem a vida normalmente. Eventos e reuniões clandestinas ocorrem todos os dias, com aglomerações que causam indignação. O que será que falta para que esses cidadãos, que são responsáveis pelas mortes, caiam na real e entendam a gravidade do cenário regional? Está difícil de entender até mesmo quem já teve óbito na família, que continua reunindo os vizinhos para tomar tereré no final da tarde.
Se não houver uma mudança de comportamento o quanto antes, os autônomos, empresários e funcionários, pessoas que realmente querem trabalhar, continuarão a sofrer com as consequências dos irresponsáveis. A segunda onda da transmissão já chegou há um bom tempo, mas, ao que parece, em Presidente Prudente ela não retrocederá tão logo. O que falta é consciência, respeito e empatia para com a vida do próximo. Se houver uma colaboração em conjunto, a pandemia chegará ao fim o mais rápido do que se possa imaginar.