Sistema permite fazer previsões de dados da Covid-19 no Brasil

Projeto é iniciativa de aluna da Fatec; próximo passo é publicar uma revisão sistemática bibliográfica ainda neste mês

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 10/01/2021
Horário 08:29
Foto: Reprodução 
Resultados obtidos são “extremamente próximos dos reais”
Resultados obtidos são “extremamente próximos dos reais”

Deve ser desenvolvido ainda neste semestre, em Presidente Prudente, um sistema que permite fazer previsões sobre os dados de mortes existentes no Brasil em relação à pandemia da Covid-19. O projeto é uma iniciativa da aluna do 5º termo do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo), Laisla Francisco, 24 anos, que objetiva futuramente comercializar o software desenvolvido para auxiliar as empresas no processo de tomada de decisão com os resultados obtidos a partir das previsões. 
Laisla é professora de informática e bolsista pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em um programa que aporta o desenvolvimento desse projeto. Ela afirma que, graduada em Matemática, saiu da faculdade com o objetivo de cursar um metrado e colocar em prática um cálculo que tinha em mente, com a publicação de um artigo, o que foi possibilitado com a entrada dela na Fatec. 
“O subcampo da inteligência artificial denominado ‘aprendizagem de máquina’ é uma área de estudos que fornece ferramentas que possibilitam que uma grande quantidade de dados seja usada para selecionar semelhanças amostrais diversas dos dados colhidos”. Tais ferramentas, segundo a pesquisadora, como as máquinas de vetores de suporte, ativadas por um polinômio interpolador, podem realizar previsões e dar números para controle no processo de tomada de decisão. 
“Este projeto apresenta essa visão, aplicando um algoritmo baseado em Polinômio Interpolador de Lagrange para realizar previsões sobre os dados da pandemia da Covid-19. Ainda que as previsões não levem em consideração outros fatores que podem influenciar o crescimento ou decrescimento da curva, como, por exemplo, a aplicação de medidas de restrição, de circulação de pessoas ou a realização maior ou menor de testes, conseguimos resultados extremamente próximos dos reais”.
No gráfico abaixo é possível verificar que a linha azul que representa os dados reais fica praticamente sob a linha laranja das previsões, dando a prova visual de que os dados que são obtidos com os cálculos correspondem com a realidade.

Plano futuros e próximos passos

Laisla afirma que deu início ao artigo no começo de 2020, com dois orientadores, Vanessa Borges e Daniel Viais, que inscreveram a aluna no programa de bolsas do CNPq. O objetivo, no ano passado, era o de encontrar uma aplicação que tivesse resultados viáveis e publicar um artigo, mas com a vinda da pandemia, eles viram uma grande base de dados para trabalhar, dados estes que estão em variância a todo o momento, e que permitiram o desenvolvimento do projeto. 
“Coletamos os dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde. O próximo passo é publicar uma revisão sistemática bibliográfica ainda em janeiro, provando a originalidade do projeto dentro da literatura existente encontrada, e, após isso, desenvolver o sistema que possa realizar as previsões. Por último, queremos realizar a publicação de um artigo com os resultados obtidos”.

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