Sob pressão: uma hora a casa cai

EDITORIAL -

Data 26/09/2020
Horário 04:05

Nas reportagens policiais, é comum encontrar a frase: “O indivíduo demonstrou nervosismo exacerbado e respostas desencontradas acerca dos motivos da viagem”. O “jargão policial”, geralmente utilizado em ocorrências de tráfico de drogas ou contrabando, mostra que nem sempre os contratados para o serviço ilícito recebem o “treinamento” para a prática; uma vez que eles mesmos acabam se entregando por não suportarem a pressão dos questionamentos.   
Nesta semana, a reportagem noticiou a prisão de um caminhoneiro pelo crime de contrabando. As atitudes demonstradas por ele foram essenciais para que houvesse o flagrante. Dentre as quais, a velocidade empregada no caminhão, que não condizia com o peso da suposta carga. Já na abordagem, a voz trêmula e o nervosismo aparente não deram outra alternativa, a não ser a busca minuciosa no veículo. Foi então que os militares tiveram êxito em encontrar 100 mil maços de cigarros de origem estrangeira. 
Esse não foi o único a“entregar” o flagrante de bandeja. Houve casos em que as contradições nas próprias falas acabaram fazendo com que houvesse uma busca mais detalhada nos pertences, que resultou em apreensão de armas e entorpecentes. Isso mostra que o jogo de cintura que os criminosos acreditam que dará certo, muitas vezes influenciados pelas lábias dos chefões, na verdade, não passa de um engano.
Qualquer sinal é motivo de suspeita, o que requer uma análise mais aprofundada. Entre uma pergunta e outra, o averiguado acaba caindo na própria armadilha e, num desvio de olhar, por exemplo, confirma o que os policiais já imaginavam. O êxito a esses flagrantes se deve aos trabalhos desempenhados pelas forças de segurança, que treinam seus policiais para que estejam atentos aos mínimos detalhes de gestos ou falas. A partir do momento em que os criminosos não suportarem a pressão, a casa vai cair, e a verdade será ainda mais difícil de ser escondida em frente ao tribunal. 
 

Publicidade

Veja também