Sociedade deve se mobilizar em prol de instituições filantrópicas

EDITORIAL -

Data 28/12/2018
Horário 06:11

Não é novidade a situação financeira desfavorável na qual se encontra a maior parte das entidades filantrópicas em todo o país. Burocracia para o credenciamento e recebimento de verbas públicas, repasses inferiores à demanda para o custeio e decréscimo nas doações do setor privado e da população estão entre os principais motivos que têm influenciado neste cenário, e em Presidente Prudente não poderia ser diferente. 
Tanto que duas instituições sem fins lucrativos - o Nucleo Tterê e a Fundação Gabriel de Campos – que prestam importantes serviços a pessoas em situação de vulnerabilidade, estão reduzindo drasticamente o seu atendimento. A razão? Despesas maiores do que a receita. E quem perde? Os assistidos em primeiro lugar, mas também a comunidade local.
Quando uma situação como essa surge é importante que a comunidade local “abrace” as instituições e se mobilize no intuito de suprir a necessidade daqueles que dependem dos serviços prestados pelas entidades. Infelizmente, quando a responsabilidade individual é envolvida em algum tema é comum que ela seja negligenciada por boa parte da população. Falta um senso de coletividade entre as pessoas, a consciência do quão responsáveis somos enquanto sociedade pela vida das pessoas enquanto indivíduos.
É muito fácil se esquivar desse compromisso e viver em uma bolha, com uma conduta extremamente egocêntrica. O mundo, inclusive, tem feito um trabalho extremamente eficaz em nos enganar e fazer com que criemos uma falsa concepção de “solitude” e “independência”. Mas a realidade é que a única coisa que torna os seres humanos diferentes de quaisquer outros seres vivos é a vida no coletivo, a capacidade de coexistir, a força que encontramos uns nos outros e o suprir recíproco de nossas necessidades. 
Mesmo quando o isolamento traz consigo problemas inerentes e indissolúveis como depressão, insegurança e ansiedade, o homem segue perdido buscando dentro de si uma razão para viver - sendo que jamais a encontrará unicamente neste lugar. É dentro da construção com o outro, na ponte construída entre as pessoas (e não entre os muros) que reside a verdadeira felicidade, perene, profunda, constante e compensadora. Nenhum homem é uma ilha. 

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