Considerando a figura de São José como pai adotivo de Jesus, o papa Francisco em sua última catequese semanal (5/1/2022) falou sobre paternidade, maternidade e adoção para superar a orfandade atual. A seguir, palavras do santo padre.
Não é suficiente pôr um filho no mundo para dizer que também somos pais ou mães. “Não se nasce pai, torna-se tal... E não se torna pai, apenas porque se colocou no mundo um filho, mas porque se cuida responsavelmente dele. Sempre que alguém assume a responsabilidade pela vida de outrem, em certo sentido exerce a paternidade a seu respeito” (cf. Patris corde). Penso, em particular, em todos aqueles que se abrem a acolher a vida através da adoção, que é uma atitude tão generosa e positiva. José mostra-nos que este tipo de vínculo não é secundário, não é uma alternativa. Este tipo de escolha está entre as formas mais elevadas de amor e de paternidade e maternidade. Quantas crianças no mundo estão à espera de alguém que cuide delas! E quantos cônjuges desejam ser pais e mães, mas não o conseguem por razões biológicas; ou, embora já tenham filhos, querem partilhar o afeto familiar com quantos não o têm. Não devemos ter medo de escolher o caminho da adoção, de assumir o “risco” do acolhimento.
E hoje, também, com a orfandade, existe um determinado egoísmo... (falei sobre) o inverno demográfico: as pessoas não querem ter filhos, ou apenas um. E muitos casais não têm filhos porque não querem, ou têm só um porque não querem outros, mas têm dois cães, dois gatos… Pois é, cães e gatos ocupam o lugar dos filhos... E esta negação da paternidade e da maternidade diminui-nos, cancela a nossa humanidade. A civilização torna-se mais velha e sem humanidade, porque se perde a riqueza da paternidade e da maternidade.
A paternidade e a maternidade são a plenitude da vida de uma pessoa. Pensai nisto. (...) quem vive no mundo e se casa, deve pensar em ter filhos, em dar a vida, pois serão eles que lhes fecharão os olhos, que pensarão no seu futuro. E também, se não podeis ter filhos, pensai na adoção. É um risco, sim: ter um filho é sempre um risco, quer natural quer adotivo. Mas pior é não os ter, é negar a paternidade, negar a maternidade, tanto a real como a espiritual... Rezo para que ninguém se sinta sem um vínculo de amor paterno. E quantos estão doentes de orfandade continuem em frente sem este sentimento tão negativo. Possa São José exercer a sua proteção e a sua ajuda sobre os órfãos; e que interceda pelos casais que desejam ter um filho.
Seja bom o seu dia (e o seu Ano) e abençoada a sua vida. Pax!!!