A perspectiva da sustentabilidade vem evoluindo desde ênfases limitadas a aspectos isolados do consumo e produção, até perspectivas holísticas, que consideram a totalidade do planeta. A partir do relatório Brundtland, publicado em 1987, no contexto dos estudos da sustentabilidade, há um ponto de consenso que permite afirmar que suas principais dimensões (ambiental, econômica e social) são inerentemente interdependentes e, por isso, acontecem concomitantemente.
Pode-se dizer que a tríade das dimensões mais conhecidas da sustentabilidade configura principalmente um arranjo conceitual, que deve ser uma referência teórica para pesquisadores e profissionais da área. A sustentabilidade ambiental diz respeito aos aspectos concretos das limitações dos recursos naturais do planeta Terra. As atividades humanas sempre estiveram subordinadas aos fenômenos naturais e às capacidades do planeta. Visto isso, há que se respeitar a dimensão ambiental (ou ecológica) da sustentabilidade. Esta dimensão compreende a obediência aos ciclos temporais da Terra, preservando fontes energéticas e de insumos naturais, visando à mínima deterioração do meio ambiente.
A sustentabilidade ambiental diz respeito aos aspectos concretos das limitações dos recursos naturais do planeta Terra
Entretanto, no cenário atual, observando a questão da permanência do homem sobre o planeta, percebe-se que há um duplo desequilíbrio ecológico: por um lado, há o esgotamento de matérias-primas naturais e do outro, um galopante acúmulo dos resíduos resultantes da atividade industrial e do consumo destes produtos. Estas e outras intervenções humanas, ex.: produção de gases não existentes na natureza, como os clorofluorcarbonos, que provocam o buraco na camada de ozônio, impactam de forma permanente o planeta Terra, chegando a sobrepor os processos naturais.
Os impactos de proporções geológicas da industrialização, desde o século XVIII até hoje, justificam a compreensão de uma nova época geológica. A esta época atribui-se o nome Antropoceno. Assim, de forma paradoxal, as atividades necessárias ao pleno funcionamento do modelo desenvolvimentista atual perturbam a manutenção das riquezas naturais das quais o mesmo é dependente.