Tenho cruzes, mas vivo feliz

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 08/09/2019
Horário 04:01

Ontem, comemorei 15 anos da minha ordenação sacerdotal. Com o lema: “Fazei isso em memória de mim” (Lc 22,19), fui ordenado padre por dom José Maria Libório Camino Saracho, na Catedral São Sebastião, às 9h do dia 7 de setembro de 2004. Comigo também o amigo e irmão padre Paulo Valeriano de Souza. Por ocasião do Dia do Padre, escrevi algumas coisas e gostaria de agora compartilhá-las com você estimado leitor, prezada leitora.

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“Um dia escutei teu chamado, divino recado, batendo no coração... Deixei deste mundo as promessas e fui bem depressa no rumo da tua mão...”. Eu e meus irmãos padres tentamos explicar, mas é sempre insuficiente dizer como se deu o chamado de Deus em nossa vida. Cada qual tem uma história para contar, faz uma releitura de sua vida e identifica em sinais exteriores e inspirações interiores o modo como o Divino Pastor o requisitou para o serviço pastoral e ministerial na Sua Santa Igreja.

Nos tempos turbulentos que vivemos, porque passa a Igreja e tantos de nós sucumbem, sinto ainda mais forte a necessidade de reafirmar o meu sim, de deixar-me conduzir com Jesus para o calvário e ali com Ele sofrer a paixão. Sei, como o apóstolo Paulo e tantos outros santos, que em mim habita e disputa saber e fazer (nem sempre faço o bem que sei e devo por causa do pecado em mim); conheço a vontade de Deus, mas por causa da fraqueza humana, acabo forçando a prevalência da minha vontade.

Desde que saí da casa dos meus pais já conto 24 anos e meio. Inaugurei o 16º de ordenação. Vivi situações bem variadas no ministério. Semeei em todo tipo de terreno e até colhi frutos na messe do Senhor. Atualmente, vejo-me padre, reconheço-me padre, doo-me padre. A força que me habita e habilita ao ministério é especial, vem do alto, não tem como negá-la. Na minha pequenez, tanta graça é derramada sobre as pessoas; tantos sofrimentos são minorados e superados. O poderoso fez em mim (e por meio de mim) maravilhas. Santo é o seu nome!

Hoje, mesmo que falhe, mesmo que fuja, mesmo que tente me preservar, mesmo que me sinta cansado, mesmo que não me disponha tanto quanto deva, mesmo que as forças vacilem, mesmo que o medo apareça, mesmo que me vejam apenas como um homem e sem capacidade de indicar o céu e o eterno, repito e renovo a certeza: “tu és a razão da jornada, tu és minha estrada, meu guia e meu fim! No grito que vem do teu povo, te escuto de novo chamando por mim”. Eis-me aqui. Venho, com prazer, fazer a vossa vontade, Senhor.

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Agradeço a Deus pelo inestimável dom da sua infinita misericórdia. Sou um vaso de barro carregando um tesouro (cf. 2 Cor 4,7). Mas me anima saber e crer que “Ele sabe trabalhar e agir” com “instrumentos insuficientes”. Agradeço aos amigos, a família, a diocese de Presidente Prudente e a paróquia do Santuário Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face que me acolheu e que comigo tem feito tanto bem a tanta gente. Que a minha vida ilumine o mundo. Eis a minha prece. Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

 

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