Um brasileiro “perdido” em busca de informação

Por quê os brasileiros estão pedindo intervenção militar já (aproximando-se de um modelo de ditadura militar)? Com esse pensamento, duas hipóteses foram formuladas para tentar responder à questão: 1) O modelo ditatorial que o Brasil viveu (1964-1985) foi muito bom, levando os brasileiros a quererem voltar ao regime. 2) A democracia não é o melhor modelo político para se viver, ou seja, os IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) dos países democráticos são mais baixos do que países de outro regime.

No primeiro item, indicadores macroeconômicos: PIB (Produto Interno Bruto) – 1964 (3,4%) e 1985 (8,4%), com pico em 1973 (14%); Dívida Externa – Saiu de 3,1 bilhões de dólares, em 1964, para 95,8 bilhões de dólares em 1985; Inflação – 1964 (91,8%) e 1985 (235,1%), com menor valor em 1973 (15,5%); Índice de Gini – 1960 (0,535); 1970 (0,581); 1979 (0,5890; 1990 (0,607); 2001 (0,594); 2007 (0,552); 2011 (0,527).

Portanto, um grande crescimento econômico (PIB alto) baseado em capital externo (aumenta da dívida), inflação descontrolada (inflação alta) e grande desigualdade de renda (Índice de Gini alto). Além disso, nos indicadores sociais - Saúde: Diminuição do orçamento voltado para a área da saúde durante o período da ditadura militar, chegando em 1974 ao nível de menos de 1% do orçamento da União. Vale ressaltar também que durante o período militar, a assistência médica se tornou um grande negócio, pois o governo não agia de forma autônoma, mas sim através da contratação de empresas privadas, gerando um grande problema que impacta até hoje o modelo do SUS (Sistema Único de Saúde). Na educação: A taxa de analfabetismo brasileira caiu durante o período militar (apesar da obrigatoriedade de ir à escola). As escolas tornaram-se espaços de aprendizado com foco na empregabilidade, sem levar ao raciocínio crítico de regimes.

Por fim, Paulo Freire (exilado pela ditadura militar), premiado internacionalmente pelo combate ao analfabetismo no mundo, foi considerado aqui no Brasil como subversivo durante a ditadura militar. Ao contrário, preferiram adotar o sistema de aprendizado “Mobral”, que segundo o Mapa de Analfabetismo do Brasil, desenvolvido pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), foi um verdadeiro retrocesso

Em segundo lugar, a democracia não é o melhor modelo político para se viver, ou seja, o IDH dos países democráticos são os mais baixos do mundo. Para tentar responder a essa questão irei analisar o ranking de IDH  dos países no mundo e ver o modelo político adotado. Dos dez primeiros colocados no ranking IDH global nove tem como modelos políticos o Parlamentarismo (democrático): 1º Noruega; 2º Austrália; 3º Suíça; 4º Dinamarca; 5º Países baixos; 6º Alemanha; 7º Irlanda; 8º EUA - Presidencialismo (democrático); 9º Canadá; e 10º Nova Zelândia.

Como discussão, após a demonstração dos dados e exposição dos fatos, podemos destacar: O grande crescimento econômico brasileiro pode ter sido sustentado por capital externo, gerando uma grande dívida externa brasileira, que provocam problemas econômicos até os dias de hoje; A inflação foi controlada por pouco tempo, deixando também para o período democrático a resolução do mesmo; A desigualdade na distribuição de renda alcançou índices também muito altos, voltando ao patamar do ano de 1960 apenas em 2010; Alguns indicadores sociais podem levar a noção de que foi a ditadura militar que trouxe benefícios à saúde e a educação, mas esse olhar deve ser ampliado para ser afirmado; Educar uma população sem desenvolver o aspecto crítico da mesma é o mesmo que a manter em silêncio; Todos os países com os melhores índices de desenvolvimento humano adotam sistemas democráticos. Após a explanação de todos esses dados, pode-se destacar que as hipóteses um e dois foram rejeitadas.

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