Um mês é pouco para falar sobre saúde mental

EDITORIAL -

Data 02/09/2020
Horário 04:15

Entramos ontem no mês de setembro, marcado anualmente pela campanha de prevenção ao suicídio. Em 2020, as discussões sobre o tema se tornam ainda mais necessárias, considerando que a pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, tem contribuído para agravar problemas relacionados à saúde mental. Por conta do prolongamento deste período de crise na saúde pública e na economia, as pessoas estão se sentindo mais solitárias, assustadas e incertas sobre o que o futuro reserva, assim como têm estado mais vulneráveis a situações como desemprego, falta de recursos e a perda de entes queridos. 
Além disso, não raro, sentem-se impotentes diante da paralisação dos planos para a vida pessoal e profissional, dos relacionamentos, dos estudos, enfim, de todas as atividades que costumavam a ocupar a rotina pré-Covid-19.
Por conta do distanciamento social e dos efeitos da pandemia em escala global, o estresse do dia a dia tem levado as pessoas à exaustão e ao desgaste emocional. Diante disso, muitos nem sequer cogitam buscar aconselhamento e escuta por julgarem que tais sentimentos configuram “o novo normal”. No entanto, independentemente do cenário e das circunstâncias, é preciso entender que qualquer problema que afete a saúde mental e a autoestima não deve ser normalizado, sendo necessário procurar suporte quando tais pensamentos ou sentimentos influenciam negativamente a forma de encarar a vida.
Em contextos como este, o adoecimento emocional é mais frequente. Por esta razão, é muito importante que a empatia e a compreensão sejam palavras de ordem neste momento. Todos nós estamos vivendo os efeitos da pandemia do novo coronavírus e, apesar de cada família experimentá-los em diferentes níveis e escalas, a maioria teve sua visão ou seu estilo de vida transformado por este período. Sendo assim, é essencial que estejamos mais dispostos a olhar através da dor do outro, sem jamais subestimá-la, e dar a ele a oportunidade de expressar o que sente.
A campanha Setembro Amarelo tem data de validade, mas as discussões atreladas a este tema permanecem durante o ano inteiro. Ainda não sabemos quando a pandemia chega ao fim, por isso é fundamental unirmos esforços para cuidar da saúde mental daqueles que amamos agora mesmo, sem deixar para depois. É preciso confiar naqueles que nos fazem bem, permanecer conectados, tentar estabelecer hábitos saudáveis, continuar compartilhando bons momentos, estar atento aos pensamentos negativos e ajustar as expectativas. Esta corrente é mais do que necessária para que todos saiam deste período mais fortalecidos emocionalmente.
 

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