Dados do Infosiga SP apontam redução na quantidade de mortes no trânsito na região. Conforme o levantamento, que analisa e compara os oito primeiros meses de 2019 e 2020, o número de vítimas fatais caiu de 88 para 60 no período. Foram preservadas 28 vidas, ou melhor, homens, mulheres, crianças, idosos. Quando falamos em estatísticas, é sempre bom esquecermos um pouco os números e focarmos em pessoas, com suas histórias, suas famílias, seus futuros inteiros pela frente.
Certamente, essa redução está atrelada ao isolamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus. A lógica é simples: quanto mais pessoas estão em casa, menos veículos estão trafegando pelas vias e rodovias, e, consequentemente, menos acidentes de trânsito são registrados. Fica então a seguinte reflexão: e se nossas vidas tivessem seguido seu fluxo normalmente, sem quarentena, sem restrições de ir e vir? Será que ainda assim haveria diminuição na quantidade de vítimas fatais em acidentes de trânsito?
Nosso modo de pensar se transformou em inúmeros aspectos nessa pandemia. Tudo foi ressignificado, as coisas simples tornaram-se valiosas, e o que achávamos que era imprescindível e insubstituível, muitas vezes, teve de ser deixado de lado. Dar mais valor à vida, à capacidade de se manter bem e saudável, ter saúde mental e conseguir tocar o barco são prioridades da nossa existência neste momento. E dentro deste contexto, quando necessário ir para a rua, trafegar com prudência pelo trânsito é de extrema necessidade.
A queda no número de mortes no trânsito deve ser sempre comemorada. Mas o ideal é que essa redução seja consequência do comprometimento das pessoas no trânsito, ou seja, de sua conscientização quanto ao respeito às regras. Somente quando motoristas e pedestres forem prudentes é que a diminuição de acidentes será uma realidade constante, ano após anos, até que se tornem ínfimos.