Violação sexual de crianças e adolescentes 

EDITORIAL -

Data 24/04/2021
Horário 04:15

O abuso sexual de crianças e adolescentes é um crime grave que ocorre todos os dias, em qualquer parte do Brasil, independentemente da classe social e grau de parentesco ou amizade entre os envolvidos. Essa é uma triste realidade que merece toda a atenção de quem está ao redor das vítimas, que muitas vezes, demonstram sinais que passam despercebidos. Apesar do medo da represália, não existe outra alternativa que não seja a denúncia, a fim de trazer a punição à autoria. 
Conforme dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, dos 159 mil registros feitos pelo Disque Direitos Humanos ao longo de 2019, 86,8 mil foram de violações de direitos de crianças ou adolescentes, um aumento de quase 14% em relação a 2018. Do total deste grupo, a violência sexual representa 11% das denúncias, o que corresponde a 17 mil ocorrências. Mas, a estatística pode ser ainda maior, pois muitos temem levar os casos às autoridades, uma vez que pode envolver pessoas públicas, ou até mesmo membros da própria família - o que impede a denúncia. 
Levar o caso adiante é de suma importância. Nesta semana, a reportagem noticiou a prisão de um homem de 35 anos acusado de abusar sexualmente de duas crianças. Por estar em segredo de Justiça, os detalhes do crime não foram divulgados. No entanto, a Polícia Civil afirma que só tomou conhecimento após as vítimas relatarem os acontecimentos aos responsáveis que procuraram a instituição. Vale lembrar que a violência sexual ocorre de maneira silenciosa, e pode ser percebida por sinais, como a mudança de comportamento, a distância do possível autor, até mesmo marcas físicas no corpo da vítima. 
Acima de qualquer temor, o vale é a denúncia, que garante o sigilo e anonimato. Canais como o “Disque 100”, o app “Direitos Humanos” e o site da ONDH (Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos) são gratuitos e funcionam 24 horas por dia, inclusive em feriados e nos finais de semana. Além destes, os denunciantes também podem procurar a Polícia Civil ou as DDMs (Delegacias de Defesa da Mulher) mais próximas para relato dos fatos. Ficar calado é a pior opção, mesmo que haja dificuldade, a denúncia deve ser feita. 
 

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